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Especialista apresenta em agosto projeto criativo para o Museu Pelé

Publicado: 21 de junho de 2017
15h 26

Impactar visualmente com cenários e iluminação teatral, emocionar ao contar histórias, informar e levar cultura aos visitantes. É sobre esse tripé que o Museu Pelé ganha, em 60 dias, projeto criativo voltado à valorização de seu acervo, utilizando tecnologia e diferentes conteúdos.

O prazo é do próprio Daniel Gazzo, presidente da empresa Museus Desportivos, de Buenos Aires (Argentina), responsável pela elaboração da proposta, a custo zero para a Prefeitura, que nesta quarta-feira (21) fez a 5ª e última visita técnica ao equipamento santista.

Com 19 anos, a empresa criou e revitalizou unidades da Europa e América Latina, e gerencia, entre outros, os museus de La Pasion Boquense (do Boca Juniors) e River (River Plate), ambos em Buenos Aires (Argentina), e do Benfica (Lisboa, Portugal).

Gazzo prefere levar na esportiva o fato de uma empresa argentina criar projeto para um museu brasileiro, minimizando a histórica rivalidade entre os dois países. “Acervo não tem nacionalidade e futebol tem linguagem universal. Para completar, Pelé é um personagem mundial, quase um Superman, e tem uma história fantástica”, afirmou.

Ele lembra ainda que o maior atleta do século 20 foi recebido por nada menos que três papas (Pio 12, João Paulo 2º e Bento 16) e conseguiu até suspender uma guerra (Congo, 1969).

Primeiro mundo

A intenção do Museus Desportivos, que tem 12 profissionais envolvidos no projeto criativo, é transformar o espaço santista e elevá-lo a um padrão de primeiro mundo. “Queremos que as pessoas digam ‘vamos a Santos conhecer o Museu Pelé’ ”, frisou o presidente da empresa.

O objetivo, de acordo com o secretário de Turismo, Rafael Leal, alinha-se à nova etapa do museu, que venceu os desafios em ficar com o acervo do Rei, superando concorrentes como Nova Iorque, Catar, China e México, e de inaugurar o equipamento para a Copa de Mundo, em 2014. “Agora, o desafio é colocá-lo em nível internacional”. Após a entrega do projeto criativo, prosseguiu, caberá à Administração Municipal buscar incentivos, parcerias e patrocinadores para viabilizar a proposta.

Para o presidente do Legislativo santista, Adilson Júnior, que também acompanhou a visita técnica, o projeto criativo consolidará o patrimônio santista, desde o ano passado sob responsabilidade da Setur (Secretaria de Turismo). “Não tem como não dar certo”, resumiu.

Emocionar o público

O projeto criativo está voltado à valorização de cada peça do acervo do Museu Pelé, contextualizando-a e utilizando recursos cenográficos, teatrais, tecnológicos e de iluminação para contar seu papel na história do Rei. Munido de esboços de propostas interativas, Daniel Gazzo deu, como exemplo, o caso do rádio junto ao qual Dondinho, pai de Pelé, chorou ao escutar a derrota para os uruguaios na final da Copa de 1950.

“Imagino recriar essa cena mediante projeção de sombras e áudio especiais, iluminando depois esse rádio e, na sequência, a voz de Pelé, dizendo que seria jogador de futebol e conquistaria a Taça Jules Rimet para o pai. Oito anos depois, Pelé cumpriu a promessa e o Brasil festejou sua primeira conquista.”

Outra proposta é mostrar a Santos de Pelé e seus vínculos com personalidades de todo o mundo, instalar um mapa-múndi gigante e colocar em destaque a mala com a qual o Rei viajava no início da carreira, projetar hologramas, mesclando-os com peças reais e criar uma linha do tempo contextualizada, mostrando o paralelo da vida em Pelé com acontecimentos em Santos, no Brasil e no mundo.

Também está nos planos a criação de uma biblioteca gigante, com livros cenográficos, um para cada ano, desde 1940, quando nasceu Edison Arantes do Nascimento. Nesse espaço, os visitantes poderão pesquisar em computadores os acontecimento mais importantes da vida de Pelé e de outras personalidades, e ainda de acontecimentos em Santos e mesmo no mundo.

“Um museu tem que emocionar. Se não emocionar, não é um museu,” frisou Gazzo.

Foto: Arquivo Secom / Susan Hortas