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Desafios e inclusão: ingredientes do futsal no Rebouças

Publicado: 21 de agosto de 2017
12h 35

“Um goleiro que usa muletas. Pode isso, Arnaldo?”. “A regra é clara, Galvão. Não só pode como deve! Afinal, esporte também é sinônimo de inclusão”. Exemplo disso é Gustavo Dolberth, 13 anos. A paralisia cerebral ao nascer não impediu que o garoto realizasse o sonho de jogar futebol.

E lá está ele no gol, de muletas, durante as aulas de fustal no Rebouças. Gustavo é um dos 314 alunos das escolas da modalidade, da Secretaria de Esportes. “Foi o que escolhi, me sinto bem. Vendo um vídeo do Cássio, goleiro do Corinthians, achei que era capaz de jogar”. Não foi fácil para a mãe, a artesã Andrea Dolberth, 40 anos. “No início tive medo, relutei. Pensava no risco dele se machucar. Já tinha feito natação e existia a opção dos esportes adaptados, mas o futebol é a paixão dele. Aqui ele melhorou autoestima e a socialização”.

O professor Pedro Thadeu também foi surpreendido. “Quando comecei a dar aulas, ele já estava aqui. Não acreditei. Claro que é diferente, mas ele participa como todos e vai muito bem. Os outros alunos têm um carinho grande por ele. Mas na hora de chutar no gol ninguém alivia”. Todas as pessoas com deficiência que querem praticar atividades físicas e esportivas nos centros da Secretaria de Esportes passam por avaliação da Seção de Esporte Adaptados (Sespad). Quando necessário, um professor da seção participa do processo de inclusão do aluno na turma.

Até campeão brasileiro treinou na Zona Noroeste

A variedade de cores e camisetas predomina. O sonho de jogar em grandes clubes brasileiros e europeus é comum entre os alunos do experiente professor Marcos Amaral. Exemplos para acreditar que é possível eles têm. Basta citar alguns ex-alunos. Os irmãos Alison e Filipinho, com 16 anos, estão nas categorias de base da Portuguesa Santista e Red Bull.

Tem também os que já estão jogando no profissional, como Edinho, que hoje atua nos Estados Unidos, e o atacante Rodriguinho, campeão brasileiro em 2010 pelo Fluminense e que agora está no Desportivo Brasil. Ele foi aluno do professor Amaral. “Na escolinha foi o começo de tudo. Tive o privilégio de ter aquele local onde brincar. O professor Amaral sempre nos deu uma atenção muito grande e me ensinou bastante coisa. Devo muito a essa escola de futsal”, lembra Rodriguinho.

Richard Oliveira, 11 anos, morador do Rádio Clube, é um dos que prestam atenção nas palavras do professor Amaral. “Eu gosto muito das aulas, é bem legal. Além de jogar, o que é muito bom, aqui fazemos amigos”. Quando a pergunta é sobre o que pretender ser, a resposta é rápida: “jogador de futebol”. Amaral já está acostumado com o desejo dos garotos. “Explico para todos os valores do esporte e que em primeiro lugar queremos formar o cidadão. Procuro mostrar a importância da disciplina e aplicação nos treinos. Só assim vão conseguir crescer no esporte”.

Locais para praticar a modalidade

 Centro Esportivo e Recreativo Rebouças

Praça Engenheiro José Rebouças s/nº, Ponta da Praia

Telefone: 3261-1980

Centro Esportivo e Recreativo da Zona Noroeste

Rua Fausto Felício Brusarosco s/nº, Castelo

Telefone 3203-4448

Associação Beneficente Oswaldo De Rosis (Abor) Praça Primeiro de Maio s/nº, Ponta da Praia

Telefone 3236-3155

Fotos: Rogério Bomfim