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Cena santista integra Mostra Nacional de Teatro do Oprimido

Publicado: 7 de outubro de 2010
18h 00

Santos vai participar da 1ª Mostra Nacional do Teatro do Oprimido na Saúde Mental e 2ª Arte Adoidado, que serão realizadas no Rio, até esta quinta-feira (14). O evento, que começou na última terça-feira (11), no Teatro Nelson Rodrigues, tem parceria do Ministério da Saúde e Embaixada do Canadá. Haverá apresentações de grupos do Rio, São Paulo e Sergipe, além de debates, shows musicais, exibição de vídeos e exposição 'A Estética do Oprimido'.

A cena 'O incômodo', que será apresentada no dia 13 e foi criada por pacientes do Naps 5, tem a participação de técnicos e usuários de equipamentos da coordenadoria de Saúde Mental da SMS (Secretaria de Saúde), tanto no elenco quanto na produção do cenário e figurino. “São 16 pessoas envolvidas, entre atores, técnicos e músicos. O elenco é formado por funcionários e pacientes, que têm papéis significativos e não são meros figurantes”, disse o acompanhante terapêutico da Selab, Vlamir Mateus Leite, um dos integrantes do grupo. O tema abordado é a questão do fumo durante as refeições.

Utilizando técnicas do Teatro-Fórum, onde há sempre o opressor e o oprimido, a cena é apresentada inicialmente sem solução. A partir daí, uma pessoa da platéia é convidada a subir ao palco para tomar o lugar do oprimido e dar um desfecho para a história. “Independentemente do tema, a própria construção da cena já é terapêutica porque é o coletivo buscando solução para uma questão de opressão individual, assim como situações individuais de opressão também podem ser generalizadas para o grupo”. Além da peça, serão expostos na mostra trabalhos artísticos produzidos por pacientes.

Saúde mental
O Teatro do Oprimido está presente em várias cidades brasileiras e em 92 países. Em Santos e Guarulhos, a metodologia foi adotada pelas prefeituras como política pública para o tratamento de pessoas com transtorno mental.

“(Augusto) Boal costumava dizer que os médicos cuidam clinicamente da doença mental e o teatro pode colaborar na redescoberta do ser humano que está por trás da doença”, disse o sociólogo Geo Britto, coordenador nacional do Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental, referindo-se ao dramaturgo e criador da técnica, morto em maio de 2009.