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Agentes percorrem a Cidade para medir nível de ocorrência do Aedes

Publicado: 22 de janeiro de 2018
14h 54

ANDRESSA LUZIRÃO

São 8h30 de segunda-feira (22) e a equipe formada por 40 pessoas, entre encarregados de área e agentes de controle de vetor, percorre as ruas da Cidade vistoriando imóveis sorteados nas diferentes regiões, com a meta de verificar a ocorrência de larvas do Aedes aegypti, mosquito que transmite dengue, zika e febre chikungunya.

A ação, feita por amostragem, é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), e é feita anualmente em quatro ciclos no Município - janeiro, abril, julho e outubro. Trata-se da avaliação de densidade larvária, levantamento que calcula o Índice de Breteau (IB), analisando o nível de infestação em determinada área para direcionar medidas de prevenção e controle.

Até o momento, já foram vistoriados pouco mais de 7 mil imóveis, de cerca de 9 mil sorteados, a serem visitados até o fim deste mês. As amostras de larvas recolhidas são levadas para laboratório, onde são analisadas em microscópio para identificação das espécies.

Agentes como Jussara Godinho, 40 anos, todos uniformizados, realizam o trabalho, que, na essência, é o mesmo feito de ‘casa a casa’. Batem palmas ou tocam a campainha das residências ou estabelecimentos comerciais, orientam moradores e verificam potenciais criadouros, como ralos, vasos de plantas, bandejas de geladeira, entre outros. E é com olhar atento e ‘apurado’ que a agente entra na casa da moradora Conceição Aparecida Federico, 66, na Rua Alexandre Herculano (Boqueirão), nesta segunda-feira (22).    

“Ao entrar no imóvel já temos a visão geral de onde pode ter foco do mosquito. Temos que ter feeling e muita educação para lidar com as pessoas”, conta Jussara, que mesmo fora do horário de trabalho verifica a presença de larvas do vetor. “Fico no automático, mesmo fora do expediente. Como cidadãos, também temos que fazer nosso papel, pois é uma questão de saúde pública”, acrescenta ela.      

Mesmo com bons índices, cuidados devem ser permanentes

Em outubro, o IB registrado em Santos foi de 0,5, índice considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde. No mesmo mês do ano anterior (2016), foi de 0,6. De acordo com parâmetro do órgão federal, o resultado é assim avaliado: menor que 1,0 é satisfatório; de 1,0 a 3,9, alerta; acima de 4,0, alto risco.

“O resultado da pesquisa mostra a distribuição da infestação e também a qualifica, mostrando quais são as áreas com mais criadouros e quais são os mais prevalentes. Serve também para qualificar a informação e direcionar melhor medidas educativas e de controle para cada região”, explica o chefe da Seção de Controle de Vetores, Marcelo Brenna, ressaltando que, mesmo com índices satisfatórios, a população não pode relaxar nos cuidados permanentes.   

Quem não descuida da prevenção em sua casa é dona Conceição, que abriu as portas do seu apartamento para a agente Jussara. “Aqui em casa os ralos são fechados, não tenho planta e usos detergente na bandeja da geladeira. É fundamental a prevenção. Tive dengue em 1999 e sei bem como é”.

Mais ações

Santos possui agentes de controle de vetor responsáveis pelas vistorias aos imóveis e análise semanal das armadilhas de captura das fêmeas do Aedes. Todas as atividades são ininterruptas, inclusive as atividades educativas voltadas ao cidadão, a cargo do grupo de Informação, Educação e Comunicação (IEC) do Departamento de Vigilância em Saúde.

As ações ajudam a diminuir os casos das doenças transmitidas pelo vetor. Em 2016 (jan/dez), foram 1.234 casos confirmados de dengue, contra os 45 casos do mesmo período de 2017, o que representou uma diminuição de 96%. Já os números de zika vírus passaram de sete casos em 2016 para um em 2017 – redução de 85,7%. E o registro de chikungunya diminuiu de 32 casos em 2016 para 14 em 2017, ou seja, redução de 56%.

 

Foto: Rogério Bomfim