Doação de órgãos
SOBRE
Santos incentiva a doação de órgãos e tecidos a partir do trabalho da Seção de Captação e Transporte de Órgãos e Tecidos (SECAPT), fazendo valer a legislação federal. A seção foi regulamentada através do decreto municipal 5308/2009. A SECAPT atua nos hospitais e nas unidades de pronto atendimento do Município, como referência técnica na área de doação de órgãos e tecidos.
A educação em saúde é outra frente de trabalho da SECAPT, que realiza capacitações rotineiras aos profissionais de saúde de unidades públicas e particulares da Baixada Santista, além das escolas técnicas e cursos universitários da área da saúde.
A SECAPT também desenvolve ações junto à comunidade, com o objetivo de sensibilizar e esclarecer dúvidas, por meio de palestras e rodas de conversa em escolas, creches e empresas. Promove ainda sessões de cinema com filmes que abordam o tema.
Em setembro, mês internacional do doador de órgãos e tecidos, a Secapt realiza a Campanha Setembro Verde, com debates e caminhada.
COMO É FEITA A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Para ser um doador de órgãos e tecidos é necessário que a pessoa comunique o desejo aos familiares. A doação de órgãos e tecidos precisa ser autorizada pela família e é necessário consenso na decisão.
Para a doação de órgãos acontecer, é preciso que o paciente esteja em morte encefálica, ou seja, com um dano cerebral irreversível. Esse paciente estará internado em uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou emergência. Para confirmar a morte encefálica, dois médicos da unidade examinam o paciente, seguindo a resolução 2173/17 do Conselho Federal de Medicina. Também é necessário realizar um exame complementar de imagem.
Após a confirmação da morte encefálica, a família é entrevistada sobre a possibilidade de doação de órgãos e tecidos. Sendo favorável à doação, assina termo de consentimento. A cirurgia de extração dos órgãos é realizada em centro cirúrgico, na maioria das vezes na Santa Casa de Santos. Os órgãos e tecidos captados são direcionados aos pacientes em lista de espera do governo do Estado.
O transplante de órgãos é financiado integralmente pelo Sistema Único de Saúde, sendo um dos melhores sistemas de transplantes do mundo.
Mais informações pelo e-mail secapt.sms@santos.sp.gov.br, no instagram @doe_vida_santos ou na ABTO.
DÚVIDAS FREQUENTES
DÚVIDAS SOBRE O PROCESSO DE DOAÇÃO
1 - Geralmente, o processo de doação começa a partir da morte encefálica. Mas o que é morte encefálica?
A morte encefálica ocorre quando todas as funções do cérebro param de forma irreversível, isto é, ficam irrecuperáveis. A confirmação é feita a partir de duas avaliações clínicas realizadas por dois médicos que não fazem parte da equipe de captação e transplante de órgãos. Também é feito um exame complementar, conforme prevê o Conselho Federal de Medicina.
2 - Como é feita a informação para a família?
A notícia da morte encefálica é feita por um médico. Em seguida, a equipe de captação atende a família e oferece a possibilidade da doação de órgãos e tecidos.
3 - Como a equipe de captação pode auxiliar?
A doação é, muitas vezes, encarada como uma forma de amenizar a perda. A família que se sente acolhida pela equipe tem mais chances de aceitar a doação de órgãos.
4 - O que ocorre após a autorização da família?
Depois da aceitação, o paciente é mantido na UTI ou emergência até a cirurgia de captação, para manter a integridade dos órgãos e tecidos.
DÚVIDAS SOBRE A CIRGURGIA
5 - Onde é feita a cirurgia para retirada dos órgãos e tecidos?
Qualquer hospital que tenha centro cirúrgico.
6 - O paciente poderá ser velado?
As cirurgias para retirada dos órgãos não causam nenhuma deformação e o corpo poderá ser velado normalmente.
7 - O que acontece com os órgãos?
Os órgãos são avaliados e examinados por uma organização ligada à Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Em seguida, a Central Estadual de Transplantes fica responsável por oferecer os órgãos para as equipes transplantadoras e pela busca do receptor compatível.
DÚVIDAS SOBRE QUEM PODE DOAR
8 - Quem pode doar?
Geralmente, o órgão doado é captado de pessoa identificada com morte encefálica, causada principalmente por acidente vascular cerebral (AVC) ou traumatismo craniano. Por outro lado, pessoas com infecções causadas por fungos e vírus, câncer e HIV estão impedidas de doar, bem como pessoas que morreram sem identificação.
9 - É obrigatório ter morte encefálica para doar?
Nem sempre. A doação de córneas, pele, ossos e vasos não exige a constatação da morte encefálica. É possível doar tecidos até 6 horas após a parada cardíaca, desde que a causa da morte seja conhecida.
10 - Pessoas vivas também podem doar?
Pessoas vivas podem fornecer um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea e parte do pulmão. Esse direito é reservado a cônjuges e a parentes de até o quarto grau. Não parentes podem doar apenas com autorização judicial.
DÚVIDAS SOBRE O TEMPO DE PRESERVAÇÃO DOS ORGÃOS
11 – Qual o tempo de preservação dos órgãos?
Cada órgão tem um tempo de preservação, desde o momento em que é retirado do doador até o transplante.
- Coração: 4 horas
- Pulmão: 4 a 6 horas
- Rim: 48 horas
- Fígado: 12 horas
- Pâncreas: 12 horas
Já os tecidos (pele, osso, cartilagem, tendão, córneas, entre outros) podem ser enviados para bancos especializados em sua conservação.
DÚVIDAS SOBRE O QUE É NECESSÁRIO PARA DOAR
12 - É preciso registrar a vontade de ser doador?
A orientação é que a pessoa que deseja doar seus órgãos avise a sua família, pois, pela legislação brasileira, a doação de órgãos no País só pode ser feita após autorização da família do doador.
13 - Existe algum custo para os procedimentos?
Este é um sistema financiado inteiramente pelo Sistema Único de Saúde.
14 - Quantas vidas é possível salvar com apenas um doador?
Não há um número exato, mas geralmente, mais de um órgão (ou tecido) é captado de um único doador.
15 – É possível escolher quem receberá o órgão?
Apenas na doação feita em vida, quando o transplante é feito a partir da necessidade de algum parente. Na doação após a morte, o receptor será sempre o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, dentro da área de abrangência da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de onde foi realizada a captação