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Vida ganha novo significado com trabalho voluntário

Publicado:
20 de julho de 2019
19h 03
voluntárias posam ao lado de bolos #pracegover

Da dor da perda à felicidade de se ressignificar. Quem vê Elizabete Francisco da Fontoura, 79 anos, com batom nos lábios, sorriso no rosto, bom humor e simpatia, não imagina o que ela já enfrentou ao longo da vida – mãe de três filhos, perdeu dois ainda jovens, vítimas de HIV, e encontrou no trabalho voluntário do Fundo Social de Solidariedade (FSS) de Santos um caminho para se reerguer e se reconstruir.

“Se eu não fizesse esse serviço social, acho que já tinha parado, me entregado, porque é tão sério o que passei que me dói a alma. Só por meio do trabalho consigo superar minha dor, que não é pouca. É por isso que estou aqui no Fundo Social, um lugar tão bom para a gente se distrair”, diz a moradora da Ponta da Praia, que é professora no curso de Padaria Artesanal.

Dona Elizabete integra o ‘time’ de 110 voluntárias do órgão ligado à Prefeitura, que atuam como professoras nos cursos de qualificação, em eventos, ações e campanhas solidárias. É com touca na cabeça, avental e muitos ingredientes para ensinar uma receita de bolo a seus alunos que ela encontra forças, inclusive, para narrar sua história.

“Meu filho ficou doente aos 18 anos. Ele estava no Exército, queria seguir a carreira do avô e, ao fazer uns exames, descobriu a doença. O médico disse que ele não sobreviveria mais de 5 anos. Foi o que aconteceu. Meu outro filho foi o mesmo caso e ele se trancou de tal jeito em casa que eu não sabia lidar”, conta. E foram enfermeiras do hospital onde um dos filhos ficou internado que a despertaram para o trabalho social. “Cheguei aqui no Fundo Social porque eu estava perdida, falava sozinha, chorava. Os parentes não sabiam como me consolar. Quando vim para cá, não parei mais. É uma troca, eu trabalho e me divirto”.

Habilidades e amizade 

A voluntária tem se surpreendido, já que não imaginava ser professora de culinária – ela afirma nunca ter se dado bem na cozinha. “Meu marido, quando era vivo, brincava dizendo que minha comida era ‘morte lenta’, de tão mal que eu cozinhava”, falou, caindo em gargalhada.

Além de descobrir novas habilidades, no Fundo Social ela também constrói laços de amizade com outras voluntárias como Maria Pedra dos Santos, 74. “Elizabete é uma companheirona. Trabalhamos, mas também saímos, vamos ao cinema, tomamos cafezinho, um chope. Ela é uma mulher guerreira, é minha companheira que me dá a maior força”, afirma Maria Pedra.

Elizabete, por sua vez, não quer transmitir tristeza às amigas. “Muitas vezes, elas estão no mesmo barco de tristeza. O que eu seria não fossem elas? Assim, vou levando minha vida com uma turma boa. A vida não para e é isso que me faz empurrá-la para frente”, diz ela, que mora com a filha. “Ela é a minha alegria”.

Como ser voluntário do FSS

Quem tem interesse em ser voluntário no Fundo Social deve ir até a sede do órgão (Av. Conselheiro Nébias, 388, Encruzilhada), de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 18h. No local, a pessoa preenche ficha, passa por entrevista sobre o que gostaria de fazer e conhece o trabalho desenvolvido no FSS.

Além de ministrar cursos de qualificação, os voluntários, de qualquer idade, atuam em eventos e campanhas solidárias como Páscoa, agasalho e brinquedos, e na produção de artesanato vendido em feiras e bazares.

Também participam do Coral do Fundo Social, dos Jogos Regionais do Idoso (Jori), de aulas de dança e de atividades sociais, passeios e encontros no FSS e na Prefeitura. No carnaval, se divertem no Baile da Melhor Idade, das bandas carnavalescas e têm um bloco no Carnabonde. Eventualmente, ainda participam de palestras sobre assuntos diversos, entre os quais qualidade de vida na terceira idade. Outras informações: 3222-8050.

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voluntárias cozinhando #pracegover
mãos de voluntária enquanto cozinha #pracegover
voluntária retira assadeira com comida do fogão #pracegover
bolo pronto #pracegover