República Renascer recebe visita de idosos em reunião animada por seresteiros

Vinte e um idosos que frequentam o Sesc Santos conheceram, na quarta-feira (11), a República Renascer, onde vivem sete pessoas com mais de 60 anos em situação de vulnerabilidade. A moradia é subsidiada pela Prefeitura, mas cada usuário paga R$ 150,00 como aluguel simbólico, água e luz, além de custear a própria alimentação.

O encontro teve como propósito discutir a moradia na terceira idade e o sistema de república como uma das alternativas. Desde março, o tema é motivo de palestras, debates e manifestações culturais no Sesc.

A reunião foi animada pelo grupo Roberto Seresteiro e as canções dos anos 50 serviam para dar trilha sonora a reflexões sobre a nova forma de envelhecimento no início do século 21.

Impressões

A casa com piso e teto de madeira foi o primeiro impacto visual para os idosos visitantes. Muitos disseram que o imóvel lembrava a casa dos pais.

Paulo Santos, 78 anos, aposentado, se disse “encantado” com o que viu. Contou que é a filha, o genro e os três netos que moram com ele, o dono da moradia. “Ninguém sabe o dia de amanhã. Hoje está tudo bem, mas amanhã eu posso precisar sair e é bom saber todas as alternativas de moradia que existem”.

Ieda Rodrigues, 67, vive há três anos na república e ainda trabalha para se manter. “Gostei de receber visita. É sempre bom fazer amizades e eu não tenho dificuldade de relacionamento”.

Novo perfil

A gerontóloga Flávia Barbosa, que acompanhou o grupo do Sesc, disse que a imagem do idoso que atravessou séculos, não traduz mais a realidade. “O idoso não é mais aquela pessoa parada. Ele é dinâmico, cuida da saúde e tem boa expectativa de vida”.

Outra mudança que aponta é que hoje, em geral, não há mais quem cuide do idoso em casa. “Na maioria dos lares está todo mundo trabalhando, buscando emprego, estudando”.

República de Idosos

Santos foi pioneira na criação desse serviço no País. A Cidade tem três repúblicas de idosos, gerenciadas pela Secretaria de Assistência Social (Seas). Juntas, servem de moradia para 29 pessoas. No momento não há vagas.

Para entrar, a pessoa precisa ter 60 anos ou mais, não ter casa própria, não morar com familiar, renda de R$ 880,00 a R$ 1.760,00 e independência física e psíquica. Mais informações na Seção República, que fica na Rua Barão de Paranapiacaba, 14.

Foto: Ronaldo Andrade