Projeto apresenta palestra em escola para combater o crime de receptação

“Celular não vale a vida. Celular você pode comprar outro, a vida não”. A afirmação é de Arthur Gabriel Santos Marques, de 12 anos, do 7º C da escola Cidade de Santos. Ele foi um dos 60 alunos que assistiram à palestra 'Receptação é crime', realizada nesta terça (24) por Noah Oshiro, de 20 anos, como iniciativa do projeto 'Luann Vive', que tem apoio da Prefeitura.

Arthur, como a maioria dos colegas, não sabia o que é receptação: “Adquirir produto de origem duvidosa, incentivando os crimes de roubo e furto e que pode custar uma vida”, explicou Noah, que é irmão de Luann, que morreu em 2015, em um ponto de ônibus, durante assalto feito por dois jovens. “Mataram meu irmão com um tiro por causa do celular e deixaram o aparelho”.

Noah explicou que é preciso registrar o boletim de ocorrência sempre que houver roubo ou furto para que a polícia tenha condições de tentar recuperar o objeto ou, pelo menos, tenha elementos para fazer estudos a fim de combater os crimes. Outro alerta dado aos adolescentes é jamais reagir a assaltos.

O rapaz contou como começou o projeto. “Transformamos a dor em amor e criamos o 'Luann Vive', que, além de palestras e panfletagem, faz campanhas sociais como arrecadação de roupas e brinquedos”. Ele destacou que sua família não queria que Luann virasse só mais um número nas estatísticas.

Ele ainda distribuiu gibis sobre o tema e falou a respeito de bullying, vandalismo e depredação. “Temos que começar a transformação dentro da gente, em casa e na escola”. E citou uma frase do pacifista Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”. Também abordou a filosofia africana do 'ubuntu', que significa generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados e o desejo sincero de felicidade e harmonia entre os seres humanos. “Juntos somos mais fortes. Ninguém é feliz sozinho”.

OUTRAS UNIDADES

Noah vem realizando a palestra durante esta semana em outras escolas como Ayrton Senna, José Carlos de Azevedo Júnior, Pedro Crescenti, João Papa Sobrinho e José da Costa e Silva Sobrinho.

Foto: Marcelo Martins