Primeira edição do Prêmio Dandara reconhece mulheres ‘guerreiras’
As mulheres com o espírito e a dedicação de uma guerreira, como foi Dandara, esposa de Zumbi dos Palmares, serão homenageadas anualmente em Santos no Dia Internacional da Mulher. A primeira edição do Prêmio Dandara foi realizada na terça-feira (8) na Sala Princesa Isabel do Paço Municipal.
A iniciativa é uma parceria entre o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CMPDCN) e a Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial e Étnica (Copire) da Prefeitura.
“Fiquei muito feliz em ser indicada. É uma honra receber um troféu que leva o nome de Dandara”, disse uma das premiadas, Sandra Barreto, 58 anos, que ajuda a preservar a cultura do samba por meio da sua atuação na escola X-9 e no Conselho do Samba.
“A gente procura projetar um pouco deste espírito de Dandara, cada um dentro da sua área de conhecimento passar às novas gerações que retomem e ampliem nossa luta para preservar a memória”, afirmou outra homenageada, a professora de Língua Portuguesa e de História Afro Brasileira, Mary Careno, 68.
Anual
Também foram premiadas Alzira Rufino, da Casa de Cultura da Mulher Negra, a advogada Tatiana Ferreira Evangelista dos Santos e Débora Maria Silva, do Movimento Mães de Maio.
“Nossa intenção é homenagearmos todo ano, nesta data, as mulheres que se destacam na sociedade pelo trabalho social, cultural e contra a discriminação”, afirmou o presidente do Conselho da Comunidade Negra, Ivo Miguel Evangelista Santos.
Saiba mais
Dandara foi esposa de Zumbi dos Palmares e teve três filhos. Suicidou-se depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não retornar à condição de escrava.
Descrita como uma heroína, ela dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques ao Quilombo de Palmares, estabelecido no século 17 na Serra da Barriga, região de Alagoas.
Foto: Ronaldo Andrade