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Plano de Defesa Civil comemora 30 anos de operação

Publicado: 30 de novembro de 2018 - 14h33

A história e o aprimoramento do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) ao longo do tempo foram reverenciados nesta sexta-feira (30) na Associação Comercial de Santos, durante o lançamento da edição 2018/2019 da operação, que marcou os 30 anos de sua implementação no estado de São Paulo. A cerimônia reuniu autoridades e representantes de vários municípios paulistas, e contou com homenagens a integrantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Sabesp, Cetesb e coordenadorias de Defesa Civil da região que, de alguma forma, contribuíram para aperfeiçoar o Plano. Na ocasião foram entregues medalhas e diplomas.

Estendendo-se até 30 de abril de 2019, período no qual as chuvas tendem a ser mais intensas e frequentes, o PPDC em Santos conta com equipe formada por 40 pessoas em regime de plantão 24h, atendendo a solicitações da população e prestando informações sobre situações de risco por meio do telefone 199 (gratuito). Integram o trabalho mais de 100 funcionários de diversas secretarias da Prefeitura, além da CET-Santos, Fundo Social de Solidariedade e Prodesan, facilitando ações integradas.

 “O estado de São Paulo tem uma equipe de primeiro mundo e há uma integração muito grande com as cidades da Baixada Santista, evitando acidentes geológicos. São 30 trinta anos de muito trabalho para que não sejamos surpreendidos com as intempéries e as condições do tempo”, afirmou o vice-prefeito Sandoval Soares.

O aperfeiçoamento do PPDC, criado na temporada 1988-1989, foi destacado pela coordenadora estadual de Defesa Civil, Helena dos Santos Reis. “Começamos no litoral e depois expandimos para outros 175 municípios. Hoje temos um sistema com várias agências e instituições trabalhando para melhorar a vida das pessoas que moram em áreas de risco, em um trabalho conjunto. Ao longo desses anos, muitas vidas foram salvas. Estamos preparados para acompanhar os fenômenos e fazer as intervenções pontuais”, disse ela, ressaltando o município polo da região. “Santos tem nos ajudado muito sendo precursora e referência para outras cidades”.

 

PIONEIRISMO E EL NIÑO

Um dos homenageados, o coordenador da Defesa Civil santista, Daniel Onias Nossa, lembrou que Santos, Cubatão, Guarujá e São Vicente foram os municípios pioneiros na implementação do PPDC, em princípio voltado para ocorrências de escorregamento. Destacou ainda que, nesta edição, as equipes voltam a atenção para o fenômeno El Niño, o que torna provável um volume de chuvas acumuladas superior à média histórica de 25 anos (dezembro: 268,6mm, janeiro: 333,6mm, fevereiro: 279,4mm e março: 302,9mm). “Não é possível ainda definir a intensidade de sua influência, mas vamos nos atentar”.

Também estavam presentes a coordenadora regional da Defesa Civil do Estado, Regina Elsa Araújo, e o secretário de Segurança, Sérgio Del Bel Jr. Organizado pela Defesa Civil do Estado e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), o evento contou ainda com palestras de técnicos do IPT, Instituto Geológico (IG) e Defesa Civil estadual.

 

MONITORAMENTO

O Plano visa monitorar a previsão meteorológica, acompanhar os índices pluviométricos e analisar as condições de segurança das encostas dos morros, além de manter a população que reside em áreas de risco permanentemente informada e atuar antes da ocorrência de um deslizamento em ações preventivas como remoção e abrigo de famílias que se encontrem ameaçadas por escorregamentos. Desde final de outubro, equipes da Defesa Civil visitam áreas de risco, entregando comunicados e informando os moradores quanto aos cuidados para minimizar os riscos junto às encostas.

Assim como na edição passada, munícipes dessas áreas poderão receber alertas, por meio de SMS (mensagem de texto no celular). Para receber a notificação é preciso enviar mensagem pelo celular para o número 40199, contendo seu CEP. As mensagens serão disparadas pela Defesa Civil do Estado de São Paulo com o objetivo de ajudar a preservar vidas em casos de chuvas fortes, enchentes, deslizamentos, incidência de raios e outros fenômenos meteorológicos.

Contribuindo com o PPDC, só este ano (janeiro a outubro) foram 130 pessoas da comunidade capacitadas nos Núcleos de Defesa Civil (Nudecs). O PPDC é desenvolvido em parceria com a coordenação da regional de Defesa Civil do Estado e tem apoio do IPT, IG, polícias Militar e Ambiental, Corpo de Bombeiros, Ministério Público, Sabesp, CPFL e Telefônica.

 

 

Confira os níveis de operação e principais ações

 

No PPDC, existem quatro níveis de operação, que variam de acordo com o acumulado de chuva, previsão meteorológica e evidências de instabilidade constatadas em vistorias de campo. São eles:

 

Observação (O acumulado de chuvas em 72h é inferior a 80 mm) - Acompanhamento de índices pluviométricos e vistorias de rotina.

Atenção (O acumulado de chuvas em 72h é superior a 80 mm) - Intensificação das vistorias de campo nas áreas anteriormente identificadas, especialmente setores de risco alto ou muito alto.

Alerta (O acumulado de chuvas em 72h é superior a 80 mm e há a previsão de intensificação dos índices de chuva e do número de ocorrências) - Remoção preventiva dos moradores das áreas de risco iminente indicadas pelas vistorias e/ou mapeamento de áreas de risco alto ou muito alto.

Alerta - Quem reside em áreas de risco deve ficar atento a sinais de deslizamentos, trincas e rachaduras no solo, aparecimento de degraus ou rebaixamento do terreno, inclinação de árvores, postes, cercas ou muros. Valas com águas mais barrentas do que o normal, muros estufados, estalos ou aumento das trincas em paredões rochosos também são ocorrências que devem ser comunicadas imediatamente pelo 199. Para evitar acidentes, não se deve jogar lixo nem água servida nas encostas. É importante evitar a obstrução da drenagem e comunicar a Defesa Civil sobre qualquer vazamento nas redes de água e esgoto.

Alerta máximo (O acumulado de chuvas em 72h é superior a 80 mm e ocorrem escorregamentos generalizados com graves consequências) - Remoção de toda a população que habita áreas de risco.

 

Foto: Susan Hortas