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Pessoas com deficiência participam de passeio cultural no Centro

Publicado: 23 de fevereiro de 2018
18h 27

Sorrisos, olhares atentos e as mãos sempre apontando para tudo que chamava a atenção. A tarde desta sexta-feira (23) foi descontraída assim para as pessoas assistidas pelo Centro de Recuperação para Excepcionais de Santos (Cerex) e profissionais da entidade, que tiveram a oportunidade de participar do roteiro de bonde pelo Centro Histórico e finalizam com uma visita monitorada ao Museu Pelé. O programa é uma forma de tornar os passeios culturais do Município acessíveis a todos os públicos, com ou sem deficiência.

Para Andréia de Souza Cesar, assistente social da entidade, este tipo de atividade é importante para as pessoas com deficiência mental, não apenas pelo aprendizado, mas principalmente pela socialização. “Nem todos os assistidos pelo Cerex têm a oportunidade de participar de atividades como esta, fora da instituição. O aprendizado é mais eficaz fora do ambiente de sala de aula e fica bem mais divertido”. No total, o passeio teve 31 participantes.

“A nossa intenção é tornar o turismo totalmente acessível para que a pessoa com deficiência tenha, em qualquer tempo, autonomia e segurança para desfrutar do que a Cidade tem a oferecer no que se refere à sua história e cultura”, afirmou Daniel de Moraes Monteiro, coordenador de Políticas para a Pessoa com Deficiência da Prefeitura.

Segundo o Secretário de Desenvolvimento Social, Flávio Ramirez Jordão, a ideia é estender a ação para outras entidades durante este ano. A primeira delas foi realizada no ano passado, com assistidos da Congregação Santista de Surdos.

A atividade é organizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, com apoio da Secretaria de Turismo em parceria com o Cerex.

 

Museu Pelé e bonde recebem cão-guia e deficiente visual

 

O cão-guia Angel foi também atração na tarde desta sexta-feira (23) no passeio dos alunos do Cerex – a labrador fêmea é o único cão-guia em atividade em Santos. conduzindo o passeio ao Centro Histórico de seu dono, Daniel de Moraes Monteiro, 31 anos, cego de nascença, a cadela da raça labrador circulou pelo museu e aguardava, sentada, a audiodescrição de peças expostas, realizada por guias de turismo da Secretaria de Turismo.

Compenetrada de sua responsabilidade, Angel só aceitava a aproximação de desconhecidos para um carinho quando Daniel soltava o arreio (peitoral com alça rígida) e a segurava pela guia. Ela também resistiu a subir com o dono em um banco no meio do reboque do bonde, por sentir dificuldade em ultrapassar os degraus – mas venceu facilmente o espaço para alcançar o primeiro banco, que apresenta maior espaço, e guiou Daniel para se sentar em segurança.

CUIDADOS

Angel é o segundo cão-guia de Daniel e o acompanha desde 2014. O primeiro foi aos 19 anos, mas Mac morreu em 2012. No ano passado, Daniel assumiu a Coordenadoria de Políticas para Pessoas com Deficiência, da Prefeitura, e em dezembro, junto com Angel, fizeram seu primeiro passeio na Linha Turística do Bonde.

Labrador é uma das três raças mais comuns de cães-guia, além de Golden Retriever e Pastor Alemão. Todas apresentam características que se prestam ao atendimento a deficientes visuais, como inteligência, força, afabilidade e adaptabilidade.

O treinamento é rigoroso e gradativo, durando cerca de 2 anos. Assim como muitos adestramentos, o processo utiliza a recompensa para atitudes certas e a punição para atitudes incorretas. Entretanto, as recompensas para um cão-guia nunca são comestíveis, pois o animal não pode perder o foco com guloseima durante seu trabalho.

Foto:  Francisco Arrais