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'Pé quente', Santos celebra campanhas de Costa Rica e México na Copa do Mundo

Publicado: 25 de junho de 2014
21h 16

Costa Rica e México vivem dias de glória em solo santista. Hospedadas na cidade, as duas seleções foram “adotadas” pela população local, que os recepcionaram calorosamente desde que chegaram aqui, no início do mês. Os ares caiçaras fizeram bem aos visitantes. Desde suas estreias na Copa do Mundo, não faltaram momentos de emoção para as duas equipes, que chegaram às oitavas de final invictas.

“Está sendo uma grande satisfação recepcionarmos essas duas seleções. As boas vibrações de Santos têm contribuído para os bons resultados da Costa Rica e do México. Prova disso, é que Santos é a única cidade que manteve duas seleções na Copa após a primeira fase”, destaca o prefeito Paulo Alexandre Barbosa.

Pelos lados da Costa Rica, pode-se dizer que a equipe deu 'vida' ao 'Grupo da Morte'. A Chave D da Copa do Mundo de 2014, assim intitulada por ter a presença de três campeões mundiais (Inglaterra, Itália e Uruguai) tinha como 'intruso' o país centro-americano, de pouquíssima tradição nos Mundiais, mas que não tomou o menor conhecimento de uruguaios e italianos, além de empatar com os ingleses.

De tão surpreendente, a Costa Rica gerou desconfiança até da Fifa. A vitórIa contundente na estreia, por 3 a 1 diante do Uruguai, fez com que sete jogadores fossem selecionados para exame antidoping após a partida. “Podem fazer (exame) com todos. Se quiserem, a comissão técnica e os dirigentes também fazem”, ironizou o técnico Jorge Luis Pinto.

Encantados também estão os mexicanos, que, até o momento, não tiveram qualquer sobressalto na competição. A campanha é tão destacada que os astecas fizeram uma partida de igual para igual com o Brasil, no empate sem gols.

Equipes fazem história com trajetórias invictas

Se para o México não é novidade terminar a primeira fase de uma Copa do Mundo sem derrotas, para os costarriquenhos tal feito não tem precedentes. Embora já tivesse sentido o gosto de disputar as oitavas de final em seu Mundial de estreia, em 1990, a Costa Rica fez uma primeira fase praticamente perfeita em 2014.

Com sete pontos, a equipe se deu ao luxo de entrar na última rodada da primeira fase já classificada para enfrentar a Inglaterra, algo inédito em sua modesta história de quatro participações mundiais.

Além disso, a equipe se mostrou eficiente tanto no ataque, quando resolveu as partidas diante de Itália e Uruguai, quanto na defesa, ao sofrer apenas um gol até o momento, fato também inédito para os 'Ticos'.

Entre os mexicanos, esta é quinta ocasião em que passam sem perder pela fase de grupos. Mesmo assim, o feito desta edição não deixa de ser destacável. Somente a campanha da Copa de 1970, quando foram país-sede, com cinco gols marcados e nenhum sofrido, supera a de 2014, com quatro convertidos e um sofrido.

Imprensa é unânime sobre a importância da cidade

Os jornalistas que cobrem o dia a dia de Costa Rica e México na Copa do Mundo do Brasil não têm dúvidas de que a hospitalidade dos santistas tem parcela considerável nas boas campanhas das duas seleções.

“O México se sente em casa aqui. Isso foi determinante e os jogadores corresponderam a altura. Creio que nenhum deles esperava que esse entusiasmo seria tão intenso”, comenta Gabriel Tamoya, repórter do jornal Reforma, do México.

A mesma opinião tem Raul Mendes, da mexicana Televisa. “A hospitalidade foi muito grande. Creio que essa relação teve início na Copa do Mundo de 1970, quando os mexicanos 'adotaram' a Seleção Brasileira naquele Mundial”, disse.

Entre os costarriquenhos, a sensação é a mesma. “Santos é muito tranquila. Os jogadores se identificaram muito com isso. Criou-se uma química da seleção com os santistas que só trouxe benefícios para a Costa Rica”, avalia o repórter Juán Ulloa, da rede de televisão Repretel, da Costa Rica.

“O apoio constante junto com o clima da cidade, que é muito parecido com o da Costa Rica, ajudou muito os jogadores, que passaram a sentir-se em casa”, enfatiza Adrián Barboza, repórter da Rádio Deportes Actual, também da Costa Rica.

Questionado sobre o tema, Adrián Argueda, diretor de seleções da Costa Rica, foi categórico sobre a importância de Santos para a campanha dos costarriquenhos. “Foi fundamental. Santos preencheu perfeitamente um dos três pilares que uma equipe necessita para ter bons resultados. Além da parte tática e física, a cidade conseguiu dar à Costa Rica o componente emocional, que nos deu estabilidade para trabalharmos bem”, afirmou.

Entusiasmo e confiança movem classificados

A tradicional canção 'Cielito Lindo', conhecida aqui no Brasil como 'Está Chegando a Hora', embalou o treino da seleção do México na manhã desta quarta-feira, no CT Rei Pelé. A atividade foi a primeira da equipe na cidade, após confirmar sua classificação para as oitavas de final, no próximo domingo (29), às 13h, diante da Holanda, em Fortaleza.

O coro foi puxado por 30 torcedores mexicanos, na porta do CT, que recebeu dezenas de jornalistas astecas, entusiasmados com a boa campanha realizada pela “Tri”, como é conhecida a seleção daquele país. Dentro de campo, o treino foi regenerativo, leve, com breve alongamento e movimentação descontraída com bola entre os atletas titulares. Os reservas treinaram finalizações.

O clima ficou ainda mais animado por conta do aniversário do lateral-direito Layun, que completou 26 anos e encarou um corredor polonês feito pelos companheiros de equipe.

Os mexicanos voltam a treinar nesta quinta-feira (26) pela manhã no CT. Nesta sexta-feira (27), após nova atividade, a delegação embarca para a capital cearense. Com o volante José Vásquez suspenso por dois cartões amarelos, o técnico Miguel Herrera deve optar entre Salcido e Carlos Peña.

Costa Rica

Na Vila Belmiro, praticamente no mesmo horário em que os mexicanos treinavam no CT, a Costa Rica também fazia sua atividade após o empate sem gols com a Inglaterra, na segunda-feira (23).

Ao longo de uma hora e meia, os atletas treinaram finalizações e cruzamentos para a área, além de receberem instruções do técnico Jorge Luis Pinto sobre posicionamento defensivo. Os costarriquenhos viajam para o Recife nesta sexta-feira (27). No domingo (29), enfrentam a Grécia, às 17h.

“A postura da Grécia, de esperar as ações do adversário para aproveitar os contra-ataques, não nos assusta. Sabemos propor nosso jogo. Já fizemos isso neste Mundial. Fizemos história, mas ainda há capítulos a serem escritos”, afirma o volante Yeltsin Tejeda. “As coisas se decidem no campo. Temos a convicção de que será uma partida dura, mas que podemos ir mais longe”, diz o meia Christian Bolaños.

Fotos: Francisco Arrais / Ronaldo Andrade