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Partituras de Gilberto Mendes serão doadas ao público

Publicado:
17 de abril de 2018
15h 36

Um verdadeiro tesouro ao alcance de todos. Estudantes e professores de música, além de amantes da arte, poderão levar para casa partituras e métodos originais do acervo de compositor e maestro Gilberto Mendes. O acesso ao material será possibilitado durante o lançamento do espaço cultural que levará o nome do músico, nesta quinta-feira (19), às 19h, no Cais Milton Teixeira (Avenida Rangel Pestana, 150, Vila Mathias).

A ação é apenas uma das atrações da noite de homenagens ao gênio santista. A programação também envolverá apresentações de dança, música, projeções e uma exposição. Durante iniciativa do projeto Leia Santos – Um Incentivo à Leitura, o público poderá trocar suas partituras por uma das mais de 250 que pertenciam ao maestro.  

“Desejamos que este tesouro se espalhe pela Cidade e que os músicos tenham a chance de aprender e até mesmo fazer releituras da obra de Gilberto Mendes. Queremos também que os músicos tragam suas partituras para que a música circule por todos os cantos”, explicou a maestrina Meire Berti, que desde 2001 é a guardiã das partituras de Mendes. Ao longo destes 17 anos, as peças ficaram guardadas na Escola Musical Henrique Oswald, no Gonzaga.

Com uma vida dedicada às artes e à música, Meire acredita que a doação das partituras para o público tem “tudo a ver” com a maneira como o maestro encarava a arte. “Mesmo sendo um gênio reconhecido no mundo inteiro, Gilberto sempre estava à disposição das pessoas, principalmente dos músicos mais jovens. Ele sempre foi muito generoso”.

ATRAÇÕES

A troca de partituras é apenas uma das atrações da noite de homenagens ao maestro Gilberto Mendes. A programação do dia 19 será aberta pelo poeta Flávio Viegas Amoreira, que lerá texto de sua autoria em memória do homenageado. Logo depois serão apresentados trechos do espetáculo Pedaço de Mim, do Balé da Cidade de Santos, com direção de Renata Pacheco e baseado na obra de Mendes. Na sequência, o pianista Antonio Eduardo executa as músicas Il Niege (Henrique Oswald) e Il Niege… de Noveau (Gilberto Mendes).

As apresentações continuam com as participações dos integrantes do Coral Municipal de Santos e do Coral Santista de Servidores, que cantam juntos Mamãe Eu Quero Voltar e Salada de Frutas, ambas compostas por Gilberto Mendes. A regência é das maestrinas Nailse Machado e Meire Berti.

Encerrando a programação musical, a Banda Marcial de Cubatão, regida pelo maestro Alexandre Felipe Gomes, executa clássicos do jazz e de trilhas sonoras de filmes apreciados por Gilberto Mendes, como o longa-metragem Em Algum Lugar do Passado.

 

Exposição e projeções

O público também poderá curtir as intervenções do ator Bruno Frachia, que vai personificar a figura do maestro. A noite contará, ainda, com exposição de reproduções de obras de Eliane Mendes, viúva de Gilberto Mendes, e algumas peças do acervo pessoal do maestro.

Imagens do filme A Odisseia Musical de Gilberto Mendes serão projetadas no centro cultural. O longa-metragem - filmado no Brasil, Rússia, Holanda, Alemanha e Bélgica entre 2002 e 2005 – foi produzido por Carlos Moura Ribeiro Mendes e tem direção de fotografia de Odorico Mendes. A produção participou de diversos festivais nacionais e internacionais.

O Espaço Cultural Maestro Gilberto Mendes está localizado no Bloco C do Centro de Atividades Integradas de Santos (Cais) Professor Milton Teixeira, recebendo, mensalmente, quase mil alunos dos cursos gratuitos do programa Fábrica Cultural e da Escola Livre de Dança, ambos administrados pela Secretaria de Cultura (Secult). No prédio, carinhosamente chamado pelos frequentadores de ‘castelinho’, funciona também a Biblioteca de Artes Cândido Portinari e a Galeria de Arte Mário Gruber.

 

HISTÓRIA

Nascido em Santos em 1922, Gilberto Mendes foi fundador, diretor artístico e programador do Festival Música Nova, a mais antiga e importante mostra internacional de música contemporânea da América, que desde 2012 foi rebatizado com o nome do maestro.

No Brasil, recebeu, entre outros, o Prêmio Carlos Gomes, do Governo do Estado de São Paulo, além de inúmeras condecorações da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Em 2004, foi contemplado com insígnia e diploma de sua admissão na Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura.

Era membro honorário da Academia Brasileira de Música e do Colégio de Compositores Latino-Americanos de Música de Arte, com sede no México. Verbetes com seu nome constam das principais enciclopédias e dicionários mundiais, como o Grove, em inglês; o Rieman, em alemão, e o Dictionary of Contemporarry Music, de John Vinton.

Gilberto Mendes morreu em 1º de janeiro de 2016, aos 93 anos.

 

Foto: Susan Hortas