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Moradores da Vila Alemoa iniciam vida nova em conjunto habitacional

Publicado: 29 de agosto de 2018 - 18h06

Leandro Ordonez

“Chegamos na nossa casa nova”. Foi assim que, aos pulos, Maria Eduarda, de 3 anos, reagiu ao ingressar no apartamento onde vai viver a partir desta quarta-feira (29). Ela, o pai, a mãe e mais duas irmãs estão entre as 120 famílias que serão transferidas da Vila Alemoa para o conjunto habitacional Caneleira 4, em processo que favorece o projeto de drenagem da Nova Entrada de Santos.

Atualmente, essas moradias obstruem a passagem da água pelo Rio Furado, cujo fluxo provém da drenagem da Rodovia Anchieta, da Vila Haddad, do Morro Santa Maria e de parte do Saboó, desembocando no Rio São Jorge. “Essa água chega à Vila Alemoa pelo Córrego do Sapateiro e fica retida por horas devido à obstrução pelos barracos”, explica Wagner Ramos, gestor das obras da Nova Entrada de Santos. Ele cita, ainda, o objetivo social das remoções. “Esta é uma área de risco para os moradores, que ficam sujeitos a alagamentos e desabamentos. É mais uma meta cumprida pelo Município na área da Habitação”.

CONJUNTO

Cada apartamento do conjunto Caneleira 4 tem 50 metros quadrados, dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, com água, luz e gás individualizados. Os contemplados – que já haviam sido cadastrados pela Prefeitura – pagam 15% da renda familiar, o que representa o valor médio de R$ 120,00 por mês.

As unidades são entregues pela Cohab Santista já com paredes texturizadas e pintadas, piso frio, azulejos na cozinha, área e banheiro, além de louças (vasos sanitários, pias e torneiras). Assistentes sociais acompanham as mudanças e, ao fim, promovem um trabalho de pós-ocupação, preparando as famílias para as regras de convívio em condomínio.

Uma vida nova

Enquanto caminhava pelas trépidas tábuas de madeira das palafitas montadas sobre o mangue, o ajudante geral José Domingos, pai de Maria Eduarda, mostrava fotos dos ratos que matou dentro do próprio barraco. “Isso aqui não é vida para ninguém. Viemos para cá porque não tínhamos opção”, conta, explicando que chegou a residir na área do Mercado Municipal, mas mudou-se para a Vila Alemoa com a família por falta de recursos para pagar aluguel. “Ficava sempre devendo. Até que um amigo me cedeu a madeira para fazer a casa aqui”.

Além das precárias condições de higiene, o risco de alagamento era outro tormento na vida de Domingos. “Quando a maré enchia, o barraco inundava. Acordei com os vizinhos chamando e corri para salvar minhas filhas”, relata, lembrando da satisfação ao saber que seria transferido para o conjunto Caneleira 4. “As pessoas da comunidade não acreditavam que chegaria esse dia, mas eu sempre disse que isso ia acontecer. Agora, será outra vida, com condições muito melhores para a minha família”. Fotos: Rogerio Bomfim

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