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Mapa vai ajudar censo para pessoas em situação de rua

Publicado: 28 de março de 2019
14h 11

Um mapa ilustrativo do território de Santos com informações sobre os percursos e locais de maior concentração de pessoas em situação de rua foi apresentado em um encontro, na noite desta quarta-feira (27), na Universidade Federal de São Paulo, Unifesp – Campus Baixada Santista.

O material foi desenvolvido durante a primeira etapa (já concluída) do censo, que vai levantar o real número de pessoas em situação de rua. Foi desenhado com a ajuda de abrigados nos serviços de acolhimento e pessoas que vivem nas ruas e vai nortear as próximas ações e saídas de campo nas outras fases do projeto: a formulação do questionário e o recenseamento, que deve ocorrer entre abril e maio. A primeira fase foi de articulação entre a sociedade civil, poder público e moradores em situação de rua para traçar diretrizes da pesquisa.

Segundo a gestora do Programa Novo Olhar, Juliana Laffront, a elaboração do roteiro foi feita durante oficinas no Centro Pop, Mercado Municipal e Seacolhe-Aif e contou também com a participação das equipes de Abordagem e de Professoras da Unifesp. “Pessoas que vivem nas ruas da Cidade traçaram os caminhos que elas percorrem, onde param para comer e dormir, o que nos ajudou a entender melhor o território, onde há maior concentração, para que possamos dividir as equipes que vão fazer o recenseamento de acordo com a realidade de cada região”.

O projeto é uma parceria entre a Unifesp e a Secretaria de Desenvolvimento Social.

EVENTO

Durante o encontro, que reuniu cerca de 200 pessoas, entre população em situação de rua, sociedade civil e poder público, também foram discutidos o papel da sociedade, do poder público, da universidade e do cidadão no desenvolvimento de ações voltadas a este fenômeno social.

A aluna de Terapia Ocupacional Joyce Nunes Souza, 21 anos, também participou e conta que sempre foi sensível às questões que envolvem a população em situação de rua. “Já cheguei a parar para conversar com uma pessoa que estava vivendo nas ruas uma vez, apenas para ouvi-la, saber a sua história. Quero poder ajudar de verdade, ir além de dar roupas e comida, e neste encontro aprendi muito sobre o assunto e tirei várias dúvidas”.

Já a psicóloga Katia Karina Gonçalves, 38 anos, residente no Núcleo de Apoio a Saúde da Família da Prefeitura, participou com o objetivo de se atualizar sobre o assunto e aplicar o conhecimento no seu trabalho. “Recebemos muitas pessoas que vivem nas ruas e procuro atendê-los da melhor forma. Este encontro é uma oportunidade de aprender mais sobre essas pessoas, sobre suas necessidades, e me atualizar sobre as ações que estão sendo desenvolvidas para elas”.

Identificado como Décio, um morador em situação de rua participou do evento e disse que busca melhorar sua vida. “Não sou morador de rua, eu estou morador de rua. Eu quero melhorar a minha vida, fazer alguma coisa e espero que este encontro possa me ajudar no futuro a encontrar uma oportunidade de sair das ruas”.

Foto: Marcelo Martins