Mais de 600 pacientes em Santos recebem tratamento no conforto do lar
PATRÍCIA FAGUEIRO
A dona de casa Maria Brito Duarte, 76 anos, fraturou a perna esquerda no ano passado. Meses depois sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico, que deixou sequelas. Após um mês e meio de internação, o atendimento em casa foi determinante para a continuidade dos tratamentos da paciente que está acamada, alimenta-se por sonda e precisa de cilindro de oxigênio para manter o conforto respiratório. Assim como ela, mais de 620 moradores de Santos estão inseridos no programa de Atendimento Domiciliar da Prefeitura e recebem, periodicamente, a visita do médico e da equipe de enfermagem.
No caso de Maria, além da presença médica mensal, ela recebe a equipe de enfermagem duas vezes por semana, devido às características de seu caso. Nutricionista e fisioterapeuta a avaliam mensalmente. Fraldas descartáveis, dieta e concentrador de oxigênio são fornecidos pela Prefeitura. Mas todo esse trabalho só é possível quando existe alguém que zela pela saúde do paciente: pode ser um familiar, pessoa próxima ou até um profissional contratado pela família.
O anjo da guarda de Maria é o único filho, Marcelo Brito Duarte, que recebeu orientações da equipe de saúde para cuidar de sua mãe. Há cerca de 1 ano, a rotina da família mudou completamente: ele teve que aprender a administrar medicações, a fazer curativos em escaras, entre outros manejos.
“Se não fosse esse serviço, eu não teria mais a minha mãe. As orientações sobre o tratamento e as questões médicas, além de poder telefonar sempre que tenho dúvida me fez adquirir confiança nessa parceria”, revela Marcelo.
ACESSO
Para ter acesso ao serviço de Atendimento Domiciliar, é necessário que familiares do paciente acamado se dirijam à policlínica referente à residência do paciente e solicitem encaminhamento à Seção de Atendimento Domiciliar. Vale lembrar que para este tipo de serviço de saúde são consideradas pessoas que não conseguiriam se locomover de forma alguma até a policlínica.
Outra porta de entrada se dá a partir da previsão de alta do paciente internado pelo Sistema Único de Saúde. A equipe do hospital avalia que, após o período de internação, são necessários cuidados domiciliares e faz o encaminhamento para a Seção de Atendimento Domiciliar. Os responsáveis pelo paciente se encaminham à sede do serviço (Rua Barão de Paranapiacaba, 241 – 1º andar) para iniciar o processo de inclusão.
São realizadas visitas na residência para avaliar a se o lugar é compatível com a assistência necessária ao paciente e, por vezes, adaptações no ambiente são realizadas. É obrigatório que alguém, geralmente da família, se disponibilize a cuidar do paciente em casa. Estando tudo alinhado, é feita a alta do hospital.
“Ensinamos o cuidador e dividimos com esse responsável o cuidado de saúde do paciente. Fazemos uma parceria. Às vezes, a família não se sente segura para assumir a responsabilidade desse paciente, mas ao saber que a Prefeitura fornecerá medicação, dieta, orientação e visita, eles se sentem mais confiantes. Exceto situações agudas, em que a hospitalização é necessária, a casa é o melhor lugar para o paciente se recuperar”, reforça Rubia Lorraine Fernandes Valente, coordenadora de Atendimento Domiciliar da Secretaria de Saúde.
Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 3213-2594 ou 3213-25933.
Foto: Raimundo Rosa