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Mais de 300 congressistas dividem histórias em roda de terapia

Publicado: 1 de setembro de 2011
18h 00

A solidariedade traduzida na prática por simples ações do cotidiano foi um dos pontos altos do penúltimo dia do 6º Congresso Brasileiro de Terapia Comunitária. Nesta sexta-feira (2), no Cais (Centro de Atividades Integradas de Santos) Colégio Santista, mais de 300 congressistas deram vida a uma grande roda de terapia sob o tema 'A perda de um grande amor', conduzida pelo criador da técnica, o psiquiatra Adalberto de Paula Barreto.

Depois de três temas sugeridos pelos próprios congressistas, o escolhido por 211 votos começou a ser exposto em várias histórias por homens e mulheres, que precisaram enfrentar a dor e encontrar apoio na comunidade para superar seus sofrimentos. O relatos eram carregados de emoção e quem acompanhava parecia entender perfeitamente a experiência do outro.

Mas o clima não era de tristeza, pelo contrário. Entre os depoimentos sobre viuvez, separação e humilhação, vinha o incentivo que partia de todos, seja por meio de músicas cantadas em coro, danças, muitos abraços e até piadas. Nada de sermão, discurso, julgamento, crítica ou conselho. Apenas o acolhimento da dor e a integração.

Existente há 26 anos, a Terapia Comunitária trabalha o sofrimento do cotidiano e evita o surgimento de doenças, reduz o estresse e desperta o sentimento de solidariedade, considerado fundamental para a qualidade de vida das pessoas.

“Sofrimento não é doença e há uma tendência de medicalizar esse sofrimento, que precisa ser falado e trabalhado na comunidade. Assim as pessoas percebem que a dor delas também é da humanidade. A música e a poesia, por exemplo, ajudam no processo de dar um novo significado a dor”, explicou Barreto.

De Recife, o agente comunitário Gabriel Pereira, de 35 anos, fez uma descoberta na roda de terapia. “Hoje descobri o quanto sou forte e capaz. Na terapia a gente se enxerga através da história do outro, pois os personagens e o enredo são diferentes, mas o conteúdo é sempre o mesmo”.

O encerramento foi ao ar livre com dança e integração cultural com dois índios pataxós, de Porto Seguro, que também atuam em suas comunidades como terapeutas comunitários.

“Essa agregação de cultura enriquece a terapia comunitária. Sairei daqui com a certeza de que o pensamento indígena está crescendo de forma grandiosa, porque onde vivemos aprendemos a valorizar a família, e o idoso é visto como um ancião, um livro de história”, disse Ubiraci Pataxó, de 27.

Programação
Sábado (3), a partir das 7h, no Cais (Rua Sete de Setembro, 34, Vila Nova), as atividades são retomadas com 'Vivência terapêutica; Café Dialógico; conferências simultâneas, visita à exposição 'A Implantação da TCI na ESF'; oficinas sobre 'Conhecendo Práticas Comunitárias e Aprimorando a Relação com a Rede de Apoio'; e o ritual de encerramento com apresentação do Centro da Juventude da Zona Noroeste.