Mais de 1,4 milhão de refeições são servidas no Bom Prato em dois anos

Os restaurantes Bom Prato do Mercado e da Zona Noroeste serviram, juntos, 1,440 milhão refeições nos últimos dois anos. Cada unidade fornece diariamente 300 cafés da manhã (R$ 0,50) e 1.200 almoços (R$ 1,00). Tudo sob orientação de nutricionistas.

Parcerias da Prefeitura e governo estadual, as duas unidades da Cidade – Santos contará com mais uma ainda este ano -, têm públicos distintos, mas que chegam sempre cedo para garantir sua refeição. É por volta das 10h que começa a se formar a fila na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 517, onde funciona o Bom Prato da Zona Noroeste.

A maioria da clientela é idosa, mas famílias inteiras e funcionários de empresas estabelecidas na Caneleira (bairro onde está instalada a unidade) encontram no local alimentação boa e barata.

No Bom Prato do Mercado, localizado na Praça Iguatemi Martins s/nº, a freguesia também chega antes da abertura do equipamento, às 10h30, que funciona até 13h. Nesse local predomina a população em situação de rua, seguida de idosos, trabalhadores e moradores do entorno.

Os dois restaurantes são gerenciados pela Secretaria de Assistência Social (Seas) e a Associação de Promoção e Assistência Social Estrela do Mar – ligada à Diocese de Santos. A secretária Rosana Russo ressalta que trata-se de um serviço importante para quem vive em situação de vulnerabilidade social.

Reconhecimento

Os frequentadores do Bom Prato reconhecem a importância dos restaurantes, que garantem alimentação saudável a preço simbólico. Walter Batista da Silva tem 72 anos, é estivador aposentado e há um ano vem diariamente da Praia Grande até a Caneleira só para almoçar a R$ 1,00. “É o jeito de esticar a aposentadoria”.

Maria Pontes da Silva, 88, vive com o filho, com quem divide o aluguel de R$ 1.200,00. “Se não tivesse Bom Prato, não sei como seria. Talvez eu passasse fome, porque a comida está muito cara”.

Laura Paixão, 67, mora no Rádio Clube, não tem renda e vive do dinheiro que o filho repassa todo mês. “Comer aqui é a garantia de que vai sobrar dinheiro para comprar remédios”.

Maria de Lourdes Fernandes, 80, diz não ter mais paciência para cozinhar só para ela. “Eu como no Bom Prato pra economizar. A vida tá muito cara e agora com o aumento da luz piorou”.

Cleber dos Santos, 66, está em situação de rua, vai ao restaurante do Mercado e gostaria que o local também fornecesse jantar. “Tem muita gente na rua e alguns não conseguem comer à noite”.

Josefina da Silva, 48, é ambulante e vai a pé de São Vicente para vender sorvete em Santos. “Já fiz muita amizade aqui e o pessoal até me deixa furar a fila porque sabe da minha luta”.

Santos será a primeira do interior com três unidades

O desafio é grande: vencer um terreno íngreme no Morro do São Bento e construir o terceiro Restaurante Bom Prato de Santos. Quando estiver pronto, a Cidade será a primeira do interior/litoral com três unidades, sendo superada apenas pela Capital. Hoje o Estado tem 47 equipamentos similares.

Serão investidos R$ 6,5 milhões na construção de um prédio com cinco pavimentos, sendo dois de refeitório com 304 lugares. O prazo para conclusão é de 15 meses. A obra está na fase de fundação e fica na esquina da Avenida Santo Antônio do Valongo com a Rua das Pedras.  

Curiosidade

A Organização Mundial de Saúde preconiza que cada pessoa deve fazer seis refeições ao dia. Com base nesse parâmetro, o total de 1,440 milhão refeições fornecidas em dois anos pelos dois restaurantes Bom Prato representam:

・ 240 mil refeições completas em um dia – esse quantidade é suficiente para alimentar 60 mil famílias de quatro pessoas em um dia, ou uma família com quatro pessoas por 164 anos.

Foto: Francisco Arrais