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Ex-aluno e mãe dão exemplo de protagonismo em fórum sobre autismo

Publicado: 24 de abril de 2018
16h 57

Um encontro de protagonismo, experiência, trabalho, mas principalmente de amor e superação. Assim foi a edição de abril do Fórum Permanente pela Educação Inclusiva, realizado na manhã desta terça-feira (24), no auditório da Secretaria de Educação (Seduc), sob o tema Mês da Conscientização do Autismo.

O ex-aluno da escola Ayrton Senna, Heitor Henrique N. Oliveira, 15 anos, e sua mãe, Elaine Rodrigues N. da Cruz, mostraram que é possível viver a inclusão. “Fiz muita lição na Ayrton Senna para tirar notas boas. Foram muito legais as disciplinas. Agradeço meus professores”, disse o jovem, hoje cursando o ensino médio.

As professoras que ele agradeceu estavam na plateia e foram abraçá-lo, emocionadas: Lígia Cristiane Santos, mediadora de Heitor por três anos, e Alessandra Colácio, da Escola de Educação Especial 30 de Julho, que o adolescente frequenta até hoje. “Ele serviu de inspiração para minha dissertação de mestrado, que é sobre mediação escolar”, disse Lígia.

A mãe do rapaz contou que há 15 anos começou a 'saga', sozinha, para encontrar uma escola que incluísse. “Não há inclusão sem parceria, por isso, sempre me ponho à disposição para ajudar, em vez de reclamar. Problemas existem, muita coisa precisa melhorar, mas temos que ter outro olhar e auxiliar a escola, os profissionais, outras mães”. Elaine ressaltou que, acima da especialização e da técnica, está o amor. “Filho especial não vem com bula. A luta contra o preconceito começa em casa”. Ela contou que casou novamente e teve outro filho especial, por isso considera que tem uma missão.

A chefe da Seção de Educação Especial da Seduc, Célia Maria Pinto Gouveia, homenageou Elaine com flores, bem como a secretária-adjunta, Cristina Fernandes, também mãe de autista. “Fico feliz em poder construir um momento no Fórum para mostrar que vale a pena acreditar que é possível', destacou Célia.

SALA DE RECURSOS 

O Fórum, realizado mensalmente, teve o relato da experiência de 20 anos com alunos autistas, do professor da Sala de Recursos Funcionais da escola Barão do Rio Branco, Aureliano Santana Júnior, que definiu o que é o autismo e as teorias que o explicam.

Também contou com palestra da professora de Atendimento Educacional Especializado da Sala de Recursos Multifuncionais da unidade Porchat de Assis, Selma D'Agrella, que discorreu a respeito das adaptações necessárias e estimulações para se trabalhar com o aluno autista.

“Alguns precisam do reforço positivo para fazerem as atividades. Por exemplo, manuseiam brinquedo sonoro e voltam para a atividade. Vai depender de cada um. Há alunos visuais, aí não adianta falar, mostra-se um objeto sempre que vai mudar de lição”.

Já o mediador Enivaldo da Silva falou sobre a evolução do estudante Otávio, de 8 anos, da unidade Rubens Lara. “Quando iniciei o trabalho, no início de 2017, Otávio, que é muito inteligente, tinha dificuldade de cumprir regras (não queria fazer lição, somente ir para a brinquedoteca e parquinho), era agressivo com os colegas e comigo, queria a mãe e chorava muito, não permitia que mexesse em seus materiais. À medida que os laços se fortaleciam, ele ia avançando”, afirmou Enivaldo.

Segundo o mediador, hoje, depois de muitos meses de persistência e observação, Otávio dialoga satisfatoriamente e é aceito por toda a comunidade escolar; respeita regras e comandos; tem bom raciocínio lógico-matemático; responde oralmente sílabas e letras inseridas em palavras, mas ainda com dificuldade na escrita; já iniciou o processo de autonomia para ir ao banheiro e tomar água (com supervisão), entre outros. “Agora o desafio é refletir sobre estratégias diferentes para continuar avançando no processo de autonomia, alfabetização e socialização”.

 

Foto: Divulgação