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Encontro debate o autismo e inclusão

Publicado: 3 de abril de 2018
13h 57

Estudantes, pais, educadores e profissionais da área de Saúde e Educação da Baixada Santista estiveram presentes nesta terça-feira (3) no anfiteatro da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para debater e compartilhar experiências sobre o Transtorno do Espectro Autismo (TEA), distúrbio neurológico que afeta a capacidade de relacionamento, dificuldade no domínio da linguagem e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

Com o tema Vamos conversar sobre Autismo, o evento contou com a presença de mais de 150 pessoas e foi dividido em duas etapas. Pela manhã, foi a vez das mães compartilharem suas experiências com relação ao processo de inclusão, dentro do tema O que as famílias têm a nos oferecer. Já na segunda etapa, o assunto foi debatido sobre O processo de diagnóstico e organização do cuidado no Sistema único de Saúde (SUS).

“Temos que entender quais são as barreiras do processo de inclusão e como a adversidade pode fazer avançar o próprio processo civilizatório”, explica a professora Luciana Surjus, responsável pela coordenação do projeto de extensão universitária do Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva da Unifesp e uma das organizadoras do evento, em parceria com o Departamento de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

“O autismo ainda é muito estigmatizado pela sociedade. Por isso, um evento como este é importantes para quebrar barreiras e também uma forma de trocar experiências e dar visibilidade ao assunto”, afirma a estudante de Psicologia Kamila Rocha, 21 anos, que faz estágio no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) que trata de crianças e adolescentes.

INCLUSÃO

Assuntos como dificuldade em encontrar serviços apropriados, como a carência de escolas para aqueles que tem mais de 18 anos e são totalmente dependentes, falta de conhecimento sobre a causa, embaraço de alguns profissionais em abordar crianças, jovens e adultos que tenham TEA, compreensão, amor, inclusão e direitos, entre outros, foram abordados durante o encontro de hoje.

Esses temas são parte da causa defendida pelo grupo Luluzinhas Especiais, uma turma formada por 12 mães, com filhos em idades entre três e 20 anos e portadores de diversas deficiências, como é o caso da dona de casa Michele Torres, 36 anos, uma das idealizadoras do grupo e mãe do Lucas, 18 anos, que tem paralisia cerebral. “Quando soube do diagnóstico dele foi um baque, mas com o otimismo dos médicos fui aprendendo e conhecendo outras mães na mesma situação”, diz Michele, que começou o grupo como uma forma de sair da rotina médico-tratamento e também para trocar experiências com outras famílias.

REDE MUNICIPAL

Na rede municipal de Saúde, os casos de autismo são encaminhados ao Centro Especializado em Reabilitação (CER), que hoje tem 24 atendidos – foram 100 em um ano. Na unidade, são oferecidas atividades como estímulo sensorial, além de reinserção ao convívio familiar, com acompanhamento psicológico. Já os casos que exigem tratamento com medicamentos são encaminhados aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Infantil, que atualmente têm 130 inscritos.

Na rede municipal de educação estão matriculados 415 alunos com transtorno do espectro autista (TEA).

 

Foto: Susan Hortas