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Diretora da escola de artes cênicas da Prefeitura, Renata Zhaneta é a homenageada do Fescete. Assista a vídeo

Publicado:
7 de junho de 2018
13h 18

“O teatro é uma ferramenta de autoconhecimento. Ele dá chance ao ator de olhar para ele mesmo, de se questionar e de se transformar”. É com brilho nos olhos, como se ainda estivesse em seu primeiro ano de carreira, que Renata Zhaneta define o grande amor de sua vida. Com 30 anos de experiência formando diversas gerações de atores, dentro e fora de Santos, a atriz e diretora será a homenageada do 22º Festival de Cenas Teatrais (Fescete), que será realizado entre os próximos dias 15 e 29, em diversos pontos da Cidade.

Há quatro anos dirigindo a Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo, da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Renata nasceu em Mirassol (SP), no ano 1959, e veio para Santos com apenas 6 anos. Desde muito nova dava sinais que a vida no palco seria seu caminho. “Brincava muito de rainha e sempre estava com vestido de baile. Adorava representar”.

Com apenas 10 anos, a menina encarou um desafio, no Colégio Coração de Maria, que faria tremer até mesmo os atores experientes. “Fui convidada para fazer um monólogo na escola, que durava cerca de uma hora. Fiz o papel de uma garota órfã. Não me lembro do texto, mas lembro da luz que vinha de uma janela”, diverte-se com a lembrança de infância.

 

Tentou ser bancária, mas teatro falou mais alto

Ainda na juventude, passou por vários grupos teatrais, entre eles o do Clube XV, onde encontrou o diretor Belarmino Franco, uma de suas referências ao lado de Tanah Correa, seu professor no extinto Caiçara Clube. Aos 19 anos, ingressou na faculdade de Psicologia e entrou para o Movimento Estudantil, que lutava pela redemocratização País. “Participar daquele movimento foi fundamental para minha formação como ser humano e como atriz”.

Após se formar, Renata se arriscou por um caminho completamente diferente do teatro. Aprovada em concurso público, assumiu um cargo na Caixa Econômica Federal. No entanto, a paixão pelos palcos falou mais alto. “Fiquei lá por apenas seis meses. Minha avó quase enfartou quando eu me exonerei, mas não tinha como continuar, estava infeliz”.

Como o teatro ainda não lhe rendia o suficiente, Renata foi conciliando a vida de atriz com as aulas de inglês que ministrava e, em outro momento, com o trabalho de assessora parlamentar. Nesse período, passou a trabalhar com a diretora santista Neyde Veneziano. “Foram sete anos incríveis fazendo teatro popular, teatro de revista e operetas”.

 Em 1991, aos 32 anos, Renata foi morar definitivamente na Capital paulista, onde “bebeu na fonte” de grandes mestres das artes, a exemplo de Wladimir Capella, Eduardo Tolentino, Celso Frateschi e Regina Galdino, entre outros. Dali em diante foram 23 anos de inúmeras atuações no teatro, cinema, tevê, comerciais e performances, tudo isso aliado com o trabalho na formação de novos atores e também a diversos prêmios, como o APCA de Melhor Atriz, em 2007.

 

Empenho não pode diminuir  

No ano 2014, Renata recebeu o convite para assumir a direção da Escola de Artes Cênicas Wilson Geraldo, que atualmente recebe 112 alunos, nas dependências do Teatro Guarany. “Recebi uma grande herança do Roberto Peres (antigo diretor). Já tinha conhecimento que era um local em que se respirava arte”.

Ela conta ainda ser fascinante ver a evolução dos alunos e o quanto eles se transformam à medida que vão fazendo as aulas e ganhando experiência nos palcos. “Eles entram aqui com uma cara e saem com outra, até fisicamente mudam. É um barato”, para depois ponderar: “Mas eles precisam trabalhar, pois eu não acredito em teatro fácil. Mesmo depois de formado na escola, o ator precisa buscar a excelência até o final da vida”.

 

O FESCETE

 

A abertura do Fescete está marcada para o próximo dia 15, às 20h, no Teatro do Sesc-Santos (Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida), com a homenagem a Renata Zhaneta e, às 21h, com a apresentação do espetáculo Réquiem para um amigo da multidão, com texto e atuação do ator Nei Gomes, e direção da própria Renata. A retirada gratuita de ingressos será realizada a partir das 10h do dia do espetáculo, na bilheteria do teatro.

Pioneiro do gênero no Brasil, o Fescete terá mostras competitivas mirim, estudantil, adulto e monólogo. A programação também contará com diversas atividades: encontro de palhaçaria, mesa redonda sobre a temática, oficinas e workshops, além de concurso de poesias contando com a participação de coletivos de toda a Baixada Santista, São Paulo, Indaiatuba e Rio de Janeiro. Confira a programação completa dos 15 dias do evento

 

Foto: Raimundo Rosa