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Dia da Mulher: Casa das Anas espelha histórias de superação

Publicado: 7 de março de 2017
15h 48

Improvável. A palavra que significa ‘tende a não acontecer; incerto; impossível ou inacreditável’, descreve bem o cenário de vida de muitas mulheres que viveram ou ainda vivem na Casa das Anas. O espaço, voltado para mulheres em vulnerabilidade - com ou sem filhos – tem capacidade para 24 pessoas e é uma iniciativa da Secretaria de Assistência Social (Seas) em parceria com a ONG Vidas Recicladas. Lá, as famílias podem ficar por até um ano. Desde sua fundação, em 2014, passaram pelo local 56, totalizando 103 pessoas.

Ambiente acolhedor

Entre uma conversa e outra na sala, pode-se ouvir o barulho de máquina de costura no piso superior, resgatando lembranças de ‘casa de avó’. Esse ambiente acolhedor foi o diferencial para a permanência de Priscila Silva de Souza, 23 anos, que mora no espaço há cerca de nove meses com seu filho, de quase dois anos.

“Saí de um relacionamento violento, só com meu bebê e com a roupa do corpo. Busquei ajuda no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), fui para o Albergue Noturno e, após um mês, encaminhada para cá. Cheguei aqui sem confiança em ninguém. Aqui consegui respirar, refiz documentação, fiz cursos profissionalizantes. O bebê está na creche e eu, com emprego. Falta só um pouco para eu dizer que sou uma nova mulher”.

O ambiente acolhedor faz parte da estratégia da equipe técnica. Enquanto as moradoras cuidam de afazeres domésticos, psicóloga e assistente social trabalham no resgate de valores perdidos pelos traumas do passado. “Nossa intenção é resgatar sonhos, tratar e aperfeiçoar o que ficou escondido. Unindo força de vontade e oportunidade, temos visto grandes mudanças nas histórias dessas mulheres”, explica Cristina Coninck, coordenadora da casa.

Nova chance

Andrea da Silva Mendonça, 50 anos, passou um tempo em situação de rua e se entristece de lembrar que há tantas mulheres sem esperança. A cozinheira está prestes a sair da casa. Está empregada e com apartamento alugado. “Na rua você não dorme. Quem está lá sente falta de uma cama, de banheiro, de deitar sem se preocupar se vai se molhar na chuva ou não. Para as mulheres que estão em situação de rua, posso aproveitar este dia especial e dizer: busquem ajuda. Sempre existe uma porta aberta à espera de quem deseja”.

Como ingressar

O processo de entrada na Casa das Anas é via Centro Pop. Havendo interesse, essa população é encaminhada para uma casa de passagem (Seção de Acolhimento e Abrigo Provisório de Adultos, Idosos e Famílias em Situação de Rua ou Albergue Noturno). Após acompanhamento por técnicos da Seas, e havendo vagas, as mulheres são encaminhadas para o espaço.

Sobre o local

- Desde 2014, passaram pelo espaço 56 famílias, sendo 56 mulheres e 47 crianças, totalizando 103 pessoas;
- Atualmente há 8 famílias abrigadas, sendo 8 mulheres e 14 crianças, totalizando 22 pessoas;
- Das 48 famílias que já se desabrigaram, 71% das mulheres foram reinseridas na sociedade (34 famílias);
- Destas 34, 19 criaram autonomia (emprego e moradia) e 15 retomaram os vínculos e foram morar com seus familiares;
- 100% das crianças abrigadas frequentam escola regularmente e participam de projetos sociais do município;
- Todas as mulheres e crianças acolhidas pelo equipamento são atendidas pela rede básica de saúde.