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Dia da Equoterapia é celebrado com música, apresentações e visitas

Publicado: 9 de agosto de 2018
16h 50

Eles não são alados ou mágicos, mas exercem um encantamento transformador em 130 crianças e adolescentes, de 3 a 18 anos, com deficiências intelectuais e motoras. Neste 9 de agosto é celebrado o Dia Municipal da Equoterapia (lei 3.265/2016), cujo trabalho de reabilitação a partir da interação com os cavalos acontece há 18 anos pela Associação de Equoterapia. Em Santos, funciona no bairro Jabaquara (Av. Francisco Manoel s/nº).

A data foi celebrada pelos funcionários e profissionais voluntários com gratidão pelo reconhecimento público ao espaço terapêutico e com demonstrações dos praticantes acompanhados do equitador, visitas às baias, aos espaços de alimentação e escovação dos animais e à oficina de ferraduras. Estiveram presentes os alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

“É um trabalho bastante complexo e o que as crianças e adolescentes conquistam na Equoterapia levam para a vida diária delas, como a melhora da autoestima, postura, socialização e a questão afetiva com o cavalo que estimula a melhora nas relações com os familiares e amigos”, explica a vice-presidente da associação, Eliana Raposo.

CONVÊNIO

Pelo convênio com a Prefeitura, firmado desde 2005, a entidade oferece 75 vagas com tratamento por 12 meses, tempo suficiente para observar mudanças significativas no quadro clínico dos assistidos como a consciência corporal, ganho de tônus, melhora da postura e da força muscular.

“Estamos aguardando a liberação de mais cinco vagas para conseguir diminuir a fila de espera”. Segundo Eliana, ao terminar o ciclo anual de tratamento é necessário se reinscrever em lista de espera, com idade limite até 18 anos.

TRATAMENTO

Se os atores principais das conquistas dos praticantes (crianças e adolescentes assistidos) são os cavalos, a equipe multidisciplinar é a ponte de apoio que aplica a técnica e a diretriz dos inúmeros tratamentos oferecidos, sempre com a dedicação e sensibilidade que os praticantes e animais necessitam.

Os casos são analisados por fisioterapeutas e psicólogos a partir dos exames de cada pessoa. O tratamento, independentemente do que for desenvolvido e se acontece via Município ou não, é realizado uma vez por semana, por 45 minutos. “Toda terapia em movimento traz um benefício mais rápido. A Equoterapia parece mágica”, diz a fisioterapeuta da associação, Tatiana Velasco Rodrigues Gomes.

Um dos diferenciais do tratamento com cavalos é o movimento tridimensional - que é bastante próximo da marcha humana. “A criança que não anda e senta num cavalo sente o animal como a extensão das pernas dela. Quem chega aqui com o corpo mais molinho ou rígido consegue ajustar esse tônus”, explica a fisioterapeuta.

Para Silmara Leal Martins, mãe da praticante Carolina, de 16 anos, a mudança da filha foi notória. A jovem frequenta o local desde quatro anos de idade devido à Síndrome de Down e tinha como principal desafio a socialização. “Ela ama o cavalo, adora estar aqui com as pessoas e levou essa desenvoltura para a vida dela, além de ter melhorado muito a postura”.

O lado psicológico é trabalhado pela profissional Angélica Helena Andrade Barros, que aponta a independência, afetividade e a diminuição da ansiedade como os benefícios principais. “Essas crianças e jovens são acostumados a serem cuidados o tempo todo e na Equoterapia cuidam dos cavalos. Isso estimula a terem autonomia e a melhora da socialização. Também ficam mais calmos a partir dessa interação com os animais”.

A pequena Graziella Ferreira Santos, de 10 anos, é um desses exemplos. Praticante da Equoterapia desde fevereiro devido ao diagnóstico de Síndrome de Asperger - um transtorno do espectro autista -, ela já sente os benefícios do tratamento. “A associação é divertida, gosto muito de estar aqui. Já me sinto mais relaxada e estou bem melhor para tomar banho sozinha”. Conforme o pai dela, Carlos Roberto Santos, após o contato frequente com o cavalo, a filha também passou a ser mais carinhosa com o cachorro de estimação. “Ela não tinha muita noção de como tratá-lo, não conseguia tomar banho ou ir ao banheiro sozinha”. Interessados podem ligar para 3221-7150.

Rédeas da Vida precisa de patrocínio

Desde 2013, a Associação Equoterapia desenvolve o projeto Rédeas da Vida, que visa a habilitação vocacional de adolescentes de 12 a 18 anos, e busca patrocínio para dar continuidade ao trabalho social.

Atualmente, são dez participantes que frequentam o espaço de uma a três horas, uma vez por semana. Ali aprendem sobre montaria, limpeza de baias, manejo dos cavalos, limpeza dos materiais e parte administrativa.

Fotos: Susan Hortas 

O objetivo é desenvolver, nesses jovens, habilidades que se encaixem no mercado de trabalho. “É uma maneira de desenvolver autonomia, responsabilidade e comprometimento”, explica a vice-presidente Eliana Raposo.

A entidade recebe subvenção da Prefeitura para atender 75 pessoas, recurso usado com a folha de pagamento, despesas com animais e profissionais. Os recursos para manter a associação também são obtidos com eventos e os associados, mas ainda insuficientes para contemplar todas as necessidades, como a aquisição de um animal, por exemplo.

“Um bom cavalo custa em torno de R$ 10 mil e hoje isso é difícil para a entidade. Os animais têm um tempo de vida para trabalhar e, no ano passado, dois de nossos cavalos foram aposentados”, fala Eliana. Para a associação, a questão torna-se urgente porque existe uma lista de espera de praticantes que gira em torno de dois a três anos. Interessados em colaborar podem ligar para 3221-7150.

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