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Devedor adia busca por ajuda profissional

Publicado: 18 de setembro de 2017
13h 43

Enfrentar uma dificuldade econômica não é tarefa simples. Infelizmente para o endividado, o comportamento comum é adiar o pedido de socorro profissional, o que só agrava o problema.

Das 354 pessoas que procuraram o Programa de Apoio ao Superendividado (PAS) da Prefeitura, 250 não voltaram ao serviço público para continuar com o suporte técnico para sair do vermelho. Desses 250, cerca de 20%, ou 50 pessoas, são consideradas em situação de endividamento grave, conforme apurado na entrevista preliminar, e mesmo assim elas não retornam.

O levantamento vai de maio de 2016 até julho de 2017, e deixa claro que daqueles que procuraram o serviço especializado do Procon, 70% não enfrentam a crise com auxílio de um economista. E os credores não perdoam a procrastinação em buscar de ajuda. Para cada mês que a decisão é adiada, o endividamento aumenta de 10% a 12%, conforme os juros bancários cobrados pelo mercado.

COMPORTAMENTO

O costume de adiar decisão tão importante está presente até mesmo em quem buscou esse socorro. Dos 64 atendimentos efetivados, a média foi de 27 dias entre o primeiro contato e a entrada efetiva no PAS. Mas houve quem buscou o serviço pela primeira vez e só voltou sete meses e meio depois (231 dias) para assumir a solução do problema.

Se por um lado o devedor reluta em aceitar ajuda técnica, a resolutividade do programa é alta. Dos 64 atendimentos efetivados, 60 foram encerrados com sucesso e quatro seguem em andamento.

O economista responsável pelo atendimento, Oswaldo Napoli do Couto, explica que considera sucesso quando a pessoa tem controle sobre suas dívidas. Cita que isso passa pelo fim do uso do cartão de crédito, mudanças de hábito de consumo, renegociação da dívida, não assumir outra despesa extra e, se possível, aumentar a fonte de renda.

Vergonha

Oswaldo diz que o serviço já atendeu pessoas de todos os bairros e revela que o comportamento padrão é a pessoa se envergonhar e, por isso, sofre sozinha em busca da solução. “A maioria dos trabalhadores é honesta, por isso tem medo de ficar inadimplente, com o nome sujo”.

Outra observação feita pelo economista entra no campo social, pois a maioria dos endividados, quando percebe estar no vermelho, corta primeiro no item alimentação. “Antigamente, era comum uma pessoa dizer que podia faltar tudo em casa, menos comida. Hoje não, o endividado não reduz seu plano de internet, prefere reduzir seu padrão alimentar, deixa de fazer refeições familiares fora de casa”.

O atendimento no Superendividado é individual, sigiloso e gratuito. O serviço funciona de segunda a sexta-feira na Rua Amador Bueno, 249, 1º andar, das 9h às 13h e das 14h às 16h30.

Perfil do público atendido

 

Faixa etária

Homem

%

Mulher

%

Total

18 a 25 anos

02

1,30

03

1,5

05

26 a 35 anos

12

7,79

29

14,5

41

36 a 45 anos

38

24,68

46

23

84

46 a 55 anos

43

27,92

44

22

87

56 a 65 anos

37

24,03

48

24

85

> de 65 anos

22

14,29

30

15

52

Foto: Francisco Arrais