Concha tem noite de música e apoio à diversidade

“Salve o LGBT! Salve Dandara!”. Com uma mensagem simples e direta, o cantor Silvino encerrou sua apresentação no Concha Queer, festival que marcou o Dia Mundial de Combate à LBGTfobia na noite de quinta-feira (17), no palco da Concha Acústica (praia do Gonzaga, ao lado do canal 3).

Acompanhado pelos músicos Theo Cancello e Lelê Lótus, o artista foi uma das atrações da programação, que atraiu público de diversas gerações, interessadas em curtir o som e informar a sociedade sobre a importância de extinguir o preconceito e a violência contra os homossexuais.

“Fico feliz em ver este lugar com tanta gente. É o sinal que as pessoas estão despertando”, comentou Silvino.

A noite também teve as apresentações da guarujaense Natt Maat, que mostrou músicas autorais do projeto TransTorno, refletindo suas experiências, vivências e observações. Quem também marcou presença foi o duo santista 2DE1, formado pelos irmãos gêmeos Fernando e Felipe Soares, executando músicas do álbum Transe, lançado no ano passado. Para encerrar a noite, artistas e o público trocaram experiências em um animado bate-papo.

Dandara

Aos 42 anos, a travesti cearense Dandara dos Santos foi torturada e morta em 16 de fevereiro de 2017. Foi espancada em plena rua, em Fortaleza, no Ceará, e morta a tiros. As imagens da vítima ensanguentada no chão, sendo xingada e recebendo pauladas e chutes, viralizaram na internet e chocaram o País.

De acordo com pesquisa contínua feita pela ONG Transgender Europe, o Brasil tem o maior número absoluto de assassinatos de pessoas trans e de gênero diverso. Levantamento mais recente, de outubro de 2015 a setembro de 2016, mostra 123 homicídios desse tipo no País, número bem acima do México, que fica em segundo lugar, com 52 mortes.

O Mapa dos Assassinatos de Travestis e Transexuais no Brasil em 2017, divulgado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), mostrou que no ano passado 179 travestis ou transexuais foram assassinados.

Foto: Raimundo Rosa