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Bonde japonês será mais uma atração da linha turística

Publicado: 2 de fevereiro de 2016
14h 49

A buzina do bonde japonês misturou-se à dos caminhões, marcando oficialmente nesta terça-feira (2), às 12h, a entrega do elétrico a Santos, no encerramento da solenidade realizada na Estação do Valongo, com a presença de autoridades locais, associações Japonesas de Santos e Nagasaki Kenjin do Brasil, e do Consulado Geral do Japão em São Paulo.

Após quatro anos de tratativas, a prefeitura de Nagasaki (Japão) formalizou, em 2014, a doação do veículo, que chegou ao porto em 24 de janeiro deste ano. Ele trouxe uma figura de dragão feita em tecido, personagem de danças e festas típicas orientais.

“Este é um grande presente em comemoração aos 470 anos da Cidade, que fortalece ainda mais os elos com Nagasaki, cidade-irmã desde 1972”, afirmou o prefeito Paulo Alexandre Barbosa, ao receber a chave do bonde, com a qual acionou o controle do veículo e o pedal da buzina. Em função das boas condições gerais, o elétrico deverá circular ainda este semestre.

Para o cônsul geral do Japão, Takahiro Nakamae, a entrega do bonde marca os 108 anos do início da imigração japonesa no Brasil, que começou em 1908 com a chegada do navio Kasato Maru a Santos. “Ele também chegou à Cidade por mar, como os imigrantes, para o desenvolvimento econômico e social do País”, lembrou, explicando que o dragão é um símbolo característico de Nagasaki.

Apoios

O 13º equipamento do Museu Vivo Internacional de Bondes chegou à Cidade após uma operação custosa e complexa, que envolveu 42 dias de viagem, passagem pelos portos de Hakata (Japão) e Busan (Coreia do Sul), e apoio de vários pareiros. Entre eles, a Indaiá Logística Internacional, Grupo Rodrimar, Super Trans Transportes, Terracom, Ideal Equipamentos, BTP Terminal Portuário, e o presidente do Conselho Administrativo da Yakult, Masahiko Sadakata, que garantiu apoio à operação ainda em Nagasaki.

Orgulhoso com a entrega do bonde a Santos, o presidente da Associação Nagasaki Kenjin do Brasil, Kumihito Kurisaki, agradeceu o empenho de tantas pessoas e comprometeu-se a apresentar à Cidade, em breve, a dança do dragão, “para trazer bastante sorte, felicidade e prosperidade.”

A solenidade teve início com a Dança das Flores, na interpretação de sete integrantes do Grupo Odorino Kai, seguindo-se representação da vida dos samurais, a cargo de Jorge Agifu, presidente da Associaççao Japonesa de Santos.

Sushi Bonde

Com 34 lugares e características originais preservadas, o bonde japonês, dos anos 1950, é o que se encontra em melhores condições, de todos os já doados à Cidade, de acordo com avaliação do presidente da CET, Antonio Carlos Silva Gonçalves. A pedido das entidades nipo-brasileiras, serão preservados os elementos culturais que vieram no veículo.

A equipe especializada da CET assume agora os serviços de redução da bitola, adaptando-a aos trilhos existentes, revisão geral e funilaria, além de instalar os equipamentos internos, como freezer e mesas retráteis para apoio. O elétrico já dispõe de ar-condicionado e até de aquecimento.

O secretário de Turismo, Luiz Guimarães, adianta que a ideia é criar o Sushi Bonde, oferecendo degustação de sushi e sashimi, a princípio às sextas-feiras. Ele estima em R$ 50 mil os serviços de preparação do elétrico, recursos que deverão ser obtidos junto à iniciativa privada.

Em 30 de julho do ano passado, a Prefeitura baixou decreto criando o Programa de Apoio ao Museu do Bonde, que autoriza as empresas que contribuírem com a recuperação ou manutenção dos elétricos a inserção de sua logomarca no veículo por um prazo de dois anos.

Atualmente, há seis elétricos em circulação na Linha Turística do Bonde: dois escocês (aberto e fechado), um português (Bonde Pelé), um italiano (Bonde Café) e dois reboques (um com capacidade para 30 e outro para 40 passageiros).

Foto: Isabela Carrari