Afeto familiar e apoio terapêutico ajudam na prevenção ao suicídio

A programação especial da Prefeitura do Setembro Amarelo (prevenção ao suicídio) começou, nesta terça-feira (4), envolvendo crianças e adolescentes atendidos no Centro de Atenção Psicossocial Infantil da Região do Centro Histórico (Caps i RCH) com uma atividade externa: vivência no surfe e bodyboard com os professores da Escola Radical, no Posto 2.

De acordo com a chefe da unidade, Bruna Turcilio Ferreira, esse tipo de ação é fundamental para estimular a socialização, melhorar a autoestima, a segurança em si mesmo e a disciplina dos pacientes de saúde mental.

“Hoje em dia, o acesso fácil às redes sociais e aos vídeos com apresentação de conteúdos nocivos, a dificuldade em lidar com as frustrações devido ao tipo de criação que estão recebendo em casa e os graves problemas no convívio com a família são os maiores vilões para que pessoas tão novas estejam enfrentando esse tipo de problema de saúde mental”.

Em Santos, a expectativa é de que 2018 termine com menos casos de suicídio que o ano anterior. De 88 tentativas de suicídio registradas em 2017, 28 foram consumadas. Neste ano, seis pessoas morreram em um universo de 70 tentativas.  

As ferramentas dos familiares com crianças e adolescentes, segundo Bruna, são a escuta, as conversas para ajudá-los em melhores escolhas, brincar com a criança, sentar para assistir juntos aos seriados que costumam ser um dos programas preferidos, levá-los para passeios em família no final de semana, evitar as agressões verbais de desestímulo, elogiar quando realizarem alguma tarefa que costuma ser sempre solicitada.

“É importante se relacionar com eles, porque a falta de estímulo gera sofrimento, patologias. A fase da adolescência, por exemplo, é muito difícil e eles buscam identificação com grupos. Por isso, é preciso que a família esteja sempre atenta a tudo”.

CAMPANHA

A campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio continuará até dia 28 com ações no restante do mês (abaixo), voltadas para a prática esportiva dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), exibição de filme, debate e conversas com profissionais da área de saúde mental e universitários.

“Quem comete ou tenta o suicídio poderia ter pedido ajuda. Os familiares, profissionais de saúde e amigos de quem possui a chamada ideação suicida devem compreender que o apoio é fundamental”, destaca Paulo Muniz, coordenador de Saúde Mental da Prefeitura.

PROGRAMAÇÃO

17 de setembro, das 15h às 17h

• Filme Debate – Viva, a Vida é uma Festa
• Público: Trabalhadores da Saúde e estudantes universitários
• Moderadora: Naiara Alves de Barros, assistente social
• Local: Museu da Imagem e do Som de Santos – Av. Pinheiro Machado, 48

18 de setembro

• Vivência no Surf - Prática Esportiva de Crianças e Adolescentes como promoção da vida
• Público: Usuários do Caps – crianças e adolescentes
• Local: Posto 2 – Praia do José Menino

21 de setembro

• Vivência Esportiva – Canoagem e Atividades na Praia como Promoção da Vida
• Público: Usuários do Caps – Crianças e Adolescentes
• Local: Ponta da Praia

21 de setembro, das 15h às 17h

• Filme Debate – Viva, a Vida é uma Festa
• Moderadora: Naiara Alves de Barros, assistente social
• Público: Trabalhadores da Saúde e Estudantes
• Local: Centro Cultural da Zona Noroeste (Av. Afonso Schmidt s/nº - Areia Branca)

28 de setembro, das 9h às 12h

• A vida vale a pena - Debate com Luiz Fuganti, filósofo, e Roberto Tikanori, psiquiatra
• Público: Profissionais da Saúde e estudantes universitários
• Local: Universidade São Judas (Avenida Rangel Pestana, 99)

Das 19h às 21h

• Como proteger os jovens do suicídio? - Debate com Sérgio Jabur, psicólogo
• Público: Profissionais da Saúde e estudantes universitários
• Local: Universidade São Judas (Avenida Rangel Pestana, 99)

Foto: Rogério Bomfim