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Santos tem menor índice de mortalidade infantil da sua história

Publicado: 2 de fevereiro de 2018
18h 30

 

CARLOS GUERRA

O índice de mortalidade infantil em Santos em 2017 foi de 9 para cada mil nascidos vivos (menores de um ano) - o menor da história da Cidade. A taxa está dentro do padrão indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de até 10 óbitos por mil nascidos vivos.

O anúncio foi feito na solenidade comemorativa do primeiro ano de funcionamento do Complexo Hospitalar dos Estivadores, que tem contribuído para os bons indicadores do Município. No ano passado, a maternidade do equipamento teve o menor coeficiente de mortalidade infantil entre os nascidos vivos residentes de Santos, com 1 óbito diante de 1.032 nascidos vivos.

“Há 105 anos Santos faz o controle do seu índice de mortalidade infantil e a Cidade nunca conseguiu ficar abaixo de 10. Pela primeira vez, em 2017, chegamos à taxa de 9. Esta é uma conquista coletiva e o nosso desafio agora é avançar e melhorar ainda mais”, destacou o prefeito Paulo Alexandre Barbosa em apresentação no auditório do Estivadores.

O chefe do Executivo lembrou dos investimentos realizados pela Prefeitura nos últimos cinco anos em prol das gestantes e dos bebês até os 24 meses de vida por meio do programa Mãe Santista, que já atendeu quase 13 mil mulheres, a criação do projeto Escola das Mães e a mudança de sede do Instituto da Mulher e Gestante, além de incremento das ações na rede de Atenção Básica, como as visitas domiciliares semanais às grávidas pelos agentes comunitários de saúde.

Voluntariado

Durante o evento, também foi lançado o programa de voluntariado no Complexo dos Estivadores em parceria com o Fundo Social de Solidariedade (FSS), de acordo com a lei municipal 3.380/2017 e o decreto 8.002/2018. Numa primeira etapa, 25 voluntárias serão treinadas pela Comissão de Humanização do Hospital e ficarão responsáveis por atividades voltadas ao acolhimento dos pacientes e seus acompanhantes, integradas às assistentes sociais que atuam no local.

Uma delas será a aposentada Ademilde Lefiman, 62 anos, que há seis é voluntária no Hospital Guilherme Álvaro, onde serve chá e bolacha e ajuda na entrega de próteses para pacientes. “É muito bom apoiar as pessoas com amor. Me sinto muito bem e ganho muito mais do que ofereço”, disse ela, ansiosa pelo início dos trabalhos.

A festa também contou com apresentação do coral infantil da Legião da Boa Vontade (LBV) e bolo preparado pelas voluntárias do FSS e o tradicional parabéns. Durante o mês de fevereiro, os bebês que nascerem no CHE também estarão recebendo um certificado personalizado comemorativo.

Série histórica da mortalidade infantil no Município

  • 1990 - 33,9 por mil nascidos vivos.
  • 2012 - 13,9 por mil nascidos vivos.
  • 2015 - 10,6 por mil nascidos vivos.
  • 2017 - 9 por mil nascidos vivos (menor já registrada).

 

De acordo com a OMS, “a taxa de mortalidade infantil é um indicador que reflete as condições de vida, o acesso e a qualidade da atenção materna e infantil da população”. E a perspectiva é de que o índice abaixo do estabelecido pela OMS se mantenha, já que no Plano Municipal de Saúde 2018-2021, a redução da mortalidade materna e infantil é tratada como prioridade.

Complexo já realizou mais de 11 mil atendimentos e 2.271 partos

O primeiro parto realizado no Complexo Hospitalar dos Estivadores (CHE) foi em 2 de fevereiro de 2017. Este foi um marco na história da Cidade, já que a maternidade possui equipamentos de ponta, como respiradores para bebês a partir de 500g de peso. Até 30 de janeiro de 2018, foram realizados 11.314 atendimentos no Pronto Atendimento Obstétrico e 2.271 partos, dos quais 50% foram referentes a moradoras de Santos e 50% para residentes em outras cidades da Baixada Santista.

A maternidade do Complexo Hospitalar dos Estivadores realiza, em média, 190 partos por mês e é a de maior quantidade de partos normais dentre as instaladas no Município: 63% dos nascimentos. “O hospital é um divisor da saúde pública da região e os números comprovam a sua importância”, ressalta o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz.

Estrutura

O CHE é o primeiro hospital municipal de Santos sob gestão de uma organização social, o Instituto Social Hospital Alemão Oswaldo Cruz, permitindo a implantação na Cidade de toda a expertise da reconhecida instituição de saúde. A unidade está funcionando com um total de 68 leitos, sendo 36 de atendimento obstétrico, dez leitos de UTI Neonatal, cinco salas de parto, pré-parto e pós-parto (PPP), duas salas cirúrgica obstétrica, 10 leitos de UTI Adulto e 12 leitos de clínica médica.

 

Confira as principais ações do Município em prol das gestantes e bebês

Mãe Santista

Desde o lançamento, em maio de 2013, o Programa Mãe Santista já atendeu quase 13 mil mulheres e seus bebês. A iniciativa, que revisou os protocolos de pré-natal no Município, consiste no acompanhamento das famílias desde o pré-natal até o 2º ano de vida da criança. Ela segue as diretrizes da Rede Cegonha, do Governo Federal.

As gestantes recebem

  • Carteira do Pré-Natal e material educativo contendo cartilha e três fôlderes com as modificações e ocorrências mais frequentes de cada trimestre da gestação;
  • Todos os exames necessários;
  • Orientação de referência para um hospital da região em que mora;
  • Oferta de visita antecipada para conhecer a maternidade onde será realizado o parto;
  • Apoio psicossocial com equipe multiprofissional no Instituto da Mulher e Gestante ou nas policlínicas que possuem apoio do Nasf durante a gestação, parto, pós-parto e para os cuidados com o bebê, incluindo inserção em grupos de orientação para gestantes e de incentivo ao aleitamento materno;
  • Vacinação de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação;
  • Consulta odontológica para a mamãe e o bebê;
  • Consulta com o pediatra quando estiver na 32ª semana de gestação;
  • Visita domiciliar de agentes comunitários de saúde ou equipe de enfermagem à mamãe e ao bebê já na 1ª semana de vida;
  • Consultas e exames para a criança já agendadas na maternidade pela equipe do programa Recém-Nascido de Risco;
  • Enxoval básico para o bebê e kit de higiene para a mamãe (parceria com o Fundo Social de Solidariedade);
  • Integração do parceiro com o pré-natal do papai para acesso à avaliação médica, exames e orientação sobre cuidados com a saúde dele, da gestante e do bebê.

 Também nas policlínicas existem os grupos de gestantes e de aleitamento materno, com reuniões periódicas. No caso do grupo de aleitamento materno, as mães participam do encontro e levam os bebês para avaliação com o pediatra da unidade.

Escola das Mães

Implantada em algumas unidades de saúde do Município, é considerada um pré-natal ampliado, pois antes da consulta com o ginecologista, a gestante participa da roda de conversa da Escola das Mães, que tem sempre um tema pertinente à sua saúde e à do bebê. As grávidas podem participar acompanhadas por pessoas que façam parte de sua rotina, como familiares, amigos e companheiro. Atualmente é desenvolvida no Instituto da Mulher e Gestante e nas policlínicas Jabaquara, Caruara, Vila Mathias, Vila Nova, José Menino e São Manoel. 

A atividade conta com apoio da organização Comunitas e parceria técnica da Agência Tellus. Nos grupos de orientação, são abordados temas desde a maternidade, sexualidade, bem-estar, até trabalho, educação e lazer, com a metodologia da vivência prática com auxílio de itens como bonecas e bolsas que simulam barriga de grávida, entre outros itens lúdicos e didáticos. Em parceria com a empresa VLI e apoio da Tellus, será ampliada para as 32 unidades da Atenção Básica.

 

 

Foto principal: Francisco Arrais

 

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