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Escola Pública de Surf completa 26 anos

Publicado: 17 de junho de 2017
14h 55

A manhã de sábado, 17/06, foi de muita comemoração para a comunidade do surfe. A Cidade vai ter em 2018 a primeira escola pública de modalidade no Brasil para pessoas com necessidades especiais. A novidade foi anunciada na celebração dos 26 anos da Escola Radical, no Posto 2 (praia da Pompeia).

As comemorações começaram logo cedo com o Festival Reiko Konno e Fusae Nishida Uramoto de Bodyboarding, homenageando as duas alunas da terceira idade que estão em plena atividade. “É a melhor coisa do mundo. Aprendi a surfar aqui, a água do mar faz muito bem. A perna torta até endireita”, esbanja bom humor a dona Reiko, com 88 anos e aluna há 16.

Também foi realizada uma macro-aula reunindo os alunos, inclusive os com necessidades especiais. Após a premiação do festival, foram feitas homenagem aos alunos da terceira idade. No encerramento, como em todos anos, foi feita a saudação com um colar havaiano na estátua do pioneiro do surfe, Osmar Gonçalves.

Escola

Criada em 1991, a Escola Radical de Surfe, da Secretaria Municipal de Esportes (Semes) - em parceria com a Sthill, é uma das grandes responsáveis pelo grande número de surfistas existentes hoje na Cidade. São cerca de 2 mil pessoas atendidas por ano, entre alunos, projetos e parcerias, seja no surfe ou no bodyboard. Desde que foi criada, cerca de 30 mil pessoas passaram pelo local. São 294 alunos nas aulas de surfe e bodyboard atualmente.

Pioneira, sempre buscou ainda mais inovação - como na presença de muitas mulheres nas aulas, algo que era raramente visto em décadas passadas. Os alunos deficientes e da terceira idade fazem o trabalho ser reconhecido ao redor do mundo.

Coordenador da Escola Radical, Cisco Araña se emociona ao falar sobre o trabalho. “Não foi fácil chegar até aqui; tivemos o envolvimento dos professores, a união dos pioneiros, apoio da Prefeitura e dos parceiros. Podemos ter orgulho do que foi e está sendo realizado. Temos o reconhecimento dentro e fora do Brasil”.

Atenção

Proporcionar a emoção de surfar e a possibilidade de evolução para pessoas com deficiência - é isso que o projeto 'Sonhando sobre as Ondas', com apoio do Rotary Club Santos-Praia, vem fazendo por meio da prancha multifuncional. São atendidos 88 alunos, sempre em turmas de cinco, que recebem toda a atenção individual de três a cinco pessoas, entre professores e voluntários.

O equipamento permite uma adequação para diferentes tipos de patologias, oferecendo ainda mais segurança e uma melhor acomodação. Desenvolvida pelo professor Cisco Araña, a prancha é baseada na experiência de alunos com diferentes deficiências (cegueira, paralisias, déficit de atenção, Down e autismo).

Primeiro surfista cego do Brasil, Valdemir Pereira, 48 - o Val, começou na Escola Radical há 20 anos. “O trabalho aqui é excelente e fundamental. Os deficientes visuais não tem muitas opções no esporte, sabemos que aqui o artigo 5º da Constituição está sendo cumprido, com igualdade e oportunidade para todos”.

Fotos de Isabela Carrari