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Carnaval, tradição passada de pai para filho

Publicado: 26 de janeiro de 2010
20h 00

Há 30 anos, José Moraes Chavier e Cassios Clay ajudaram a fundar a escola de samba Unidos da Zona Noroeste e, na ocasião, eles não imaginavam que teriam uma neta em comum: a pequena Kaylane, 6 anos. Filha do mestre de bateria Edison Chavier e de Ruanita Veiga, que atua na harmonia, ela é a atual madrinha mirim da agremiação e, com muito samba no pé, dá continuidade a tradição familiar de paixão pelo Carnaval santista.

“Ela aprendeu a sambar sozinha”, disse a mãe da menina. Talvez a explicação esteja no sangue, pois a sua avó materna, Guiomar, também foi a primeira porta-bandeira da escola. Kaylane desfila com os pais desde 2006, quando foi retomado o desfile oficial pela prefeitura, na Passarela Dráusio da Cruz, na Zona Noroeste. “É um olho na bateria e outro descendo lágrima em ver a filha desfilar”, conta Edison.

Outro exemplo de samba em família está no bairro da Aparecida, contada pela história de Vilma da Silva Pereira, 70 anos, sendo 58 de desfiles pela Brasil. Ela chegou a ocupar o antigo posto de rainha da escola, a qual foi fundada em 1949 com a participação do seu falecido marido: Onívio Pereira. De lá para cá, ajudou a levar para a avenida três filhos e cinco netos.

“É muito gratificante desfilar em família e há um respeito muito grande um pelo outro”, diz a matriarca. Entre os frutos da sua dedicação está o neto Luan Rhauny, 18 anos, que há quatro anos toca repinique na bateria da agremiação. Seu pai, Hailton Pereira, também falecido, foi diretor de bateria e iniciou o garoto no mundo do Carnaval. “Aprendi a tocar com ele, meu tio e primos”.

PAIXÃO HERDADA
Escolhida cidadã-samba em 2010, Selma Donizeti Lessa de França começou a desfilar aos 7 anos na extinta Império do Samba, levada pela sua mãe, Neide Lessa. Aos 14 anos, começou a sua história na pioneira X-9, onde desfilou em ala, comissão de frente, passando por chefia de ala, vice-presidência de comunicação e cargos de diretoria da Velha Guarda, até o atual posto de presidente da ala.

“Chegando ali fui me apaixonando e vi que a escola era minha segunda casa”. Com a ajuda do falecido marido, Riberto de França, o sentimento acabou passando naturalmente aos filhos Pedro Ladislau, ritmista da escola, e Josy Suellen, que há cinco anos é a primeira porta-bandeira. “Se não fosse por meus pais não estaria na X-9”, diz Josy, que hoje transmite seus conhecimentos de Carnaval e de cidadania para crianças da agremiação dentro do projeto Meu Primeiro Amor.