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Atendimentos na UPA Central aumentam quase 35% em quatro meses

Publicado: 15 de maio de 2017
16h 28

No período de janeiro a abril de 2017, a UPA Central registrou aumento de 34,8% no total de atendimentos em comparação com o mesmo período do ano passado. A média diária do equipamento - projetado para atender 600 pessoas por dia- passou de 465 para 632, o que gera sobrecarga e maior tempo de espera.

Neste ano, inclusive, houve vários dias em que os atendimentos superaram em mais de 25% essa média, como nos dias 5 janeiro (883 pacientes), 13 de fevereiro (830), 3 de janeiro (824), 6 de março (814) e 22 de fevereiro (808).

Alguns fatores explicam o aumento da demanda. Um deles é a crise no setor da saúde de outros municípios, o que faz com que seus moradores busquem atendimento em Santos. De janeiro a abril deste ano, 68% dos pacientes informaram endereço de Santos.

“Há ainda pessoas vindas de outras cidades que preferem não revelar a origem por medo de não serem atendidas, mas o atendimento de urgência e emergência no Sistema Único de Saúde não é territorializado. Ninguém fica sem consulta”, esclarece Marco Sérgio Duarte, chefe do Departamento de Atenção Pré-Hospitalar e Hospitalar.

Planos

A migração de pacientes dos planos de saúde para o serviço público também gera maior procura. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, em Santos, a quantidade de beneficiários de planos diminuiu de 271.731 pessoas em março de 2016 para 263.710 em dezembro último. No mesmo período, a queda em toda a Baixada Santista foi de 706.248 para 689.388.

Existe também o costume da população em procurar o serviço de urgência e emergência para situações sem gravidade, que podem ser resolvidas na Atenção Básica. Só na UPA Central, cerca de 80% dos pacientes são classificados como azuis, ou seja, sua condição clínica de baixa gravidade permite aguardar por mais tempo, enquanto outros pacientes são priorizados.

Nesta época do ano, em especial, surge outro fator: a maior incidência de doenças respiratórias, para as quais crianças e idosos são os mais vulneráveis e necessitam mais atenção. “Os atendimentos das doenças do trato respiratório baixo (pneumonias, asmas, bronquites) envolvem atendimentos mais prolongados. Os pacientes são medicados e reavaliados. É como se cada pessoa gerasse duas ou até três consultas. E esses pacientes em reavaliação são priorizados em relação aos que aguardam por atendimento na recepção”, destaca Marco Sérgio Duarte.

Negociação

Atualmente, a Prefeitura está em negociação contratual com a gestora da UPA Central, a organização social Fundação do ABC. O ajuste pode gerar reforço de recursos humanos em alguma categoria profissional para garantir mais qualidade no atendimento.

Porém, qualquer mudança será feita com responsabilidade, de forma a não gerar ociosidade quando houver a recuperação da economia e do setor da saúde das outras cidades, bem como em períodos de menor incidência de determinadas doenças.

Foto: Arquivo Secom / Susan Hortas